“…Já não podem ser amanhã”
***
Poema 13
é qualquer hora do dia
e feito sopro
me toma essa sua presença
feito toque de fogo
perco a linha do ato
o passo
o foco
o ar incendeia meu peito
como metal de panela seca
em fogo
minha alma escorrega
pelas minhas pernas
como por entre elas
se encaixava seu rosto
me recomponho
exibida em sorriso sem curva
me faço plácida em foto ordinária
mas é só enquanto lhe como a aura
porque
pulsando há um vendaval
rasgando os meus olhos
me silencio, mais uma vez,
tento relembrar
aquele plano de retirada
a medida de contingência
mas essa mania toda se retém
como trama de desejo
e você se retém
por tantos dias
como arraigada ebulição
da minha pele
e nesse instante,
estacada no meio da tua frase,
eu temo que
o
mundo
todo
tenha me visto, como nua, entrando em colapso
desando, fujo
e só
vou rasgando vezes ao dia
essa ideia sua
esse dilema seu
se movendo
na minha vontade
repasso cada hora, me nego casa coisa
mas de rotina vivem as minhas falhas
às vezes em choque,
às vezes desviante
desses seus olhos,
cada dia mais distantes,
dos quais já não consigo tirar
nada
e sempre é a mesma guerra
essa coisa para não ser dita
essa ideia sua
na beirada da minha cabeça
pedindo para pular