Carta Aberta do II Encontro Nacional do Mulherio das Letras 2018
O Mulherio das Letras é um movimento criado em 2017 para congregar escritoras, editoras e demais mulheres interessadas na literatura e na produção do livro. A iniciativa para sua criação surgiu de conversas entre renomadas autoras e intelectuais, como Maria Valéria Rezende, Conceição Evaristo, Mirna Queiroz e Joselia Aguiar, entre outras, que se inquietavam diante da exclusão sofrida por mulheres nos espaços tradicionais das letras, como eventos e prêmios literários importantes. No mesmo ano, foi aberto um grupo no Facebook com esse nome e hoje ele reúne mais de seis mil participantes. O I Encontro Nacional do Mulherio das Letras ocorreu de 12 a 15 de outubro de 2017 em João Pessoa, na Paraíba, e o II Encontro Nacional se deu de 02 a 04 de novembro de 2018 no Guarujá, em São Paulo, ocasião em que foi redigida a carta que a Ruído Manifesto republica abaixo em celebração ao Dia Internacional da Mulher. Em 2019, a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, sediará a terceira edição do evento entre 01 e 03 de novembro.
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“A esperança é cortada, mas se regenera“. (Pagu)
Carta Aberta do II Encontro Nacional do Mulherio das Letras 2018
O Mulherio das Letras, criado em 2017, é um coletivo feminista literário, diretamente interessado na expressão pela palavra escrita e oral, com adesão de mais de seis mil mulheres brasileiras residentes no Brasil e no exterior, que se propõe a discutir as questões da mulher nas áreas da arte e da cultura.
As mulheres reunidas neste encontro, diante da atual e grave conjuntura do Brasil, se comprometem a defender as seguintes pautas:
- O exercício pleno e irrestrito da democracia;
- A liberdade de expressão;
- A garantia e ampliação das políticas públicas para o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas;
- Salvaguardar os direitos das mulheres, bem como fortalecer e dar visibilidade à literatura produzida por elas;
- Comprometimento com a defesa da diversidade étnica, de gênero, de classe, de orientação sexual, bem como com a inclusão das mulheres com deficiência;
- A defesa da educação e, especialmente, da universidade pública, gratuita, laica, de qualidade, inclusiva e aberta à comunidade;
- A resistência ao sucateamento e desmantelamento dos equipamentos culturais e instituições públicas.
Paralelamente, o Mulherio das Letras realizará ações efetivas nos níveis regional, nacional e internacional, no sentido de manter permanentemente mobilizado o Movimento.
Comissão de redação:
Cátia Moraes
Dalila Teles Veras
Giovana Damaceno
Lindevânia Martins
Patrícia Vasconcelos
Rejane Souza
Rosana Chrispim
Carta aprovada com acréscimos e supressões na leitura pública deste documento no encerramento do Encontro.
Guarujá-SP, 4 de novembro de 2018.