Cinco poemas de Juan Vieira
Juan Vieira nasceu no dia 20 de setembro de 1993. Tornou-se poeta ainda jovem. Em 2014, 2015 e 2017, participou de livros que reuniram poetas do Brasil todo. Atualmente, é estudante de Letras. Morador da baixada Cuiabana, costuma poetizar os seus pensamentos inquietantes em base de seus loucos sonhos, buscando o improvável. Adora respirar o Ar da Arte e acredita que a poesia é uma doce ilusão, a qual nos faz sair da realidade para melhor entendê-la e ainda diz que seu coração pode até parar de bater e que, mesmo assim, não perderá a ousadia de respirar poesia.
Em breve o autor lança o livro Poemas Absurdos – Amores Banais, pela Umanos Editora.
Facebook: SoulPoesia.
Instagram: @ojuanvieira
E-mail: Ojuanvieira@outlook.com
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Assim comecei
Não sou nem um pouco careta,
mas depois que experimentei
a mistura de papel e caneta,
Eita! Eita…
Tenho a certeza abstinência
de que não há dúvidas; me viciei
a tal ponto de vender poesia.
*
Blackbird
Conversei com um passarinho que eu
mesmo criei para não parecer que estou
ficando louco ao conversar sozinho. Ri
baixinho e falei coisas bem interessantes: no
breu da noite algumas companhias passam
a ser algo admirável. Ficar só é um remédio
para mente, para uma auto-reflexão, aquele
lance de pôr as coisas no lugar. Mas, ficar só
por muito tempo, nos faz gostar de pássaros.
*
Ala dos fumantes
Bem, eu fumo de tudo um pouco.
Eu mesmo, se já não estiver louco
dará até para contar nos dedos.
Então vamos lá! Além do tabaco,
eu consumo diariamente:
monóxido de carbono;
óleo diesel; gasolina;
óxidos de nitrogênio;
chaminé, e até trem-fumaça.
Mas Poesia foi à primeira vez!
*
Os barcos
Parecia que juntos
Seriamos mais fortes
E que ficaríamos para sempre
Fazendo planos e sorrindo à toa.
Parecia que juntos éramos invencíveis
Enfrentaríamos todas as tempestades
E dançaríamos como um tornado na chuva.
Mas parece que alguém
Ficou perdido no caminho.
E o outro teve que seguir
para terminar a história.
*
Você jogou a pedra na minha cabeça
A culpa não foi sua e nem minha!
E sim, da poesia de Drummond.
Ele colocou a pedra no meio do caminho
E ficamos nessa, de que no meio
do caminho teria uma pedra.
E a pedra no meio do caminho
foi crucial para você dizer; até mais!
‘Não curto poesia, meu caro, rapaz… ’.