Cinco poemas de Maria Teresa Moreira
Maria Teresa Moreira, pedagoga formada pela Unicamp, ganhou concursos na infância e publicou artigos na vida adulta em revistas religiosas. Publicou o livro Como educar e ser feliz em 1993 pela editora Raboni e os livros de poesia 50 Tons da Menopausa em 2017 (faz parte do acervo da Biblioteca do Memorial da América Latina) e 50 Faces da Menopausa em 2019. Tem poemas publicados em inúmeras mídias e em antologias. Autora selecionada para a obra 100 Melhores Poetas Lusófonos Contemporâneos – 2018 e para o prêmio “Destaque Poético 2018”. Faz parte da ALG (Academia de Letras de Goiás) e da AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura – cadeira 2). Comunica-se com suas leitoras e leitores através de fanpage 50 Tons da Menopausa no Facebook e no Instagram @mtpoetisa.
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Armadilha
Há tanto, infinitos
Multiformes
“Se…”
Sorrateiros
Rodeando nossas canelas
Dissimulados
– ou nem tanto…-
Feito Aedes Aegypti …!
Às vezes tocam a epiderme
Pior se tocam a derme
Mortais se chegam à corrente
Sanguínea ou telepática
!!!!!!!!
São armadilhas terríveis!
Querem tirar nossas mãos
Do arado de hoje
Real…!
Hoje
Sangrento? Talvez…
Doloroso? Geralmente…
Rico, desafiador?
Quase sempre!
Ah, senhores “se…”
Há-que espantá-los
Citroneá-los
Resisti-los!
Nossos netos saberão!
Ou não….?!
Mas certamente
Indubitavelmente
Comerão os frutos!
*
Alforria
Meus olhos respiram
Poesia e beleza
Em tudo o que vê
Em tudo o que sorve:
Destampou-se-me o peito!
Sou do tamanho do canto da cigarra!!
*
Triste
Olho a tv
E me busco
Melosamente
Com tanta sede
Refletida na luz
Que me despedaço
Trezentas e três vezes
No buraco negro
Da esquina
Tão bucólica
De hoje e de ontem
De olhos fechados
Com coração quase parado
E peito a mil
Engulo seco
A memória espatifada
E sangro verde
De tanto pardal
Pousado neste galho
De estrelas negras
Vivendo tão distante
Que as toco
Com meus cílios
Marrons
E velejo
Contra o vento
Causticamente
E paradamente sigo
Sangrando tanto
Que submerjo
No mundo paralelo
Sem espelhos
Nem muletas
Onde a lua
Dança nua
E feliz
Espero o dia
Sem névoas
Em que abrirei o bico
E beberei as flores
Como borboleta
Sem rímel
Desejando todas as cores
Num belo pic-nic
Com todas as lágrimas
Que já derramei
E derramarei
Hoje e amanhã
Sem curvas
Ou
Com curvas demais.
É primavera
E eu não sabia
Nem sei…!
*
Limpeza interior
Quero me desprender
Quero livrar-me
Quero abrir mão
De tudo o que é demais
De tudo o que é exagero
De tudo o que é rococó
Quero ser “clean”
Quero estar leve
Quero ser suave
Quero ser
O exagero me turva
O que é demais, me empana
Sou intensa, no entanto…
Sou tudo muito
Sou explosão e transbordamento
E não quero outra natureza
Que a minha própria
– cada vez mais própria!
“Clean” é a palavra
Limpa!
Quero estar limpa
Do que não é meu
Do que não sou eu
Do que é exagero de mim
Limpa!
Mãos limpas
Braços livres
Cara lavada
Corpo desnudo
Colo disponível
É como quero ser
E estar
Chega de realces
Chega de grifos
Chega de penduricalhos
De por em evidência!
Trabalho de unificação:
Limpar
Descobrir-me
Tirar a coberta
A cobertura
Desvelar
Meu eu.
Não vejo a hora!!!
*
Ressentimento
Re-sentir:
Não quero!
Sentir foi suficiente
Demais!
Porque minha mente
Me mente
Insiste
Esse re-sentimento?!?
Não quero!
Recuso!
Escolho sentir
Viver
Saborear
O hoje
E ponto
Final.
!!!
Maria Teresa C. R. Moreira
Admiro tanto este espAço, o trabalho destA equipe editorial, a PROPAGAÇÃO de tanta beleza, tanta cultura, tanta REFLEXÃO…..! De modo que me sinto extremamente hinrada ao ter Trabalhos publicados por vocÊs!
Agradeço profunda e festivamente à toda equipe, em especial À grande e querida escritora Divanize Carbonieri!
Sigo aqui, às ordens, acomPanhando apaixonadamente as publicações!
Divanize Carbonieri
Ficamos felizes por vc acompanhar e gostar da revista, Maria Teresa. E agradecemos novamente a valiosa contribuição. muito Sucesso!