Cinco poemas de Vitor Resquin
Vitor Augusto Resquin Rodriguez, poeta e educador. Autor de Árido (2020) publicado pela Editora Penalux e Naufragar como Verbo (2017) pela Editora Reformatório. Filho de um casal da zona leste paulistana: do pai, a maldição do samba; da mãe, o terreiro; da vida, a capoeira.
Os poemas a seguir fazem parte do livro Árido (2020).
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BANZO
São dois rios intransponíveis,
coisa que paira e bruma acumula.
A pressa ainda é menina e disfarça dor,
beijos em velame-do-campo,
mil estrelas, ainda, banzam meu amor.
TEMPO (IROKO)
Lavar os pés do Tempo
e se recolher à margem de sua cama,
deita o arrebol junto ao corpo,
salgado no rosto.
RETRATO
Peneira ninando grão
e o sol gargalha
nos olhos do meu bem.
CANAVIAIS
Vento no canavial,
já não mais vasculhamos
os espaços deixados pela saudade,
deixa para mais tarde.
PRADO
E meu cavalo correria os campos,
em outrora, os beijos teus.
Flor de pluma brincando de espelho no rio
e a neblina que dissolve em lágrima no ferver dos olho
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