Dois poemas de Allana Rodriguez
Allana Rodriguez: humano demasiado humano. Dezenove anos. Caiçara. Apaixonada por filosofia e fim.
***
Além da vida
Tugindo, tugindo, tugindo
De amor, de carícias, de palavras belas
Arfando de sentimentos que transpassam o material do corpo
Ouvindo meu som, riso jubiloso
Diz-se vitupério, mas é gozo
Honorável, eu e você, amor, que dividimos
Noites eternas
Honorável, você, que me faz transcender o belo
Profundo como um oceano e teu abissal, diversas vezes estive e deleitei-me
Aprazível, você, amor, que me faz jorrar deleite até da alma
Nossa vida tem três capítulos, a vida, a morte e o eterno.
*
Poema idílico
Me viste em noites de verão
Despida de corpo e de alma
No teu leito que fora por vezes
Minha casa
Como um mistério, você desvendava-me
E ali, tudo fora idílico
Nas noites fui poesia para que você, assim
Lesse
E tomasse as palavras na tua boca como cantigas
Tantas noites me viste como felina selvagem
Com os cabelos bagunçados
Lívida, porquê natural sou assim
Tantas noites me viste aluir nos teus braços
Com os repiques dos seus carinhos
Fartava-me
E entre nossos beijos, abraços
Era cabível somente nós
Somados
Logo após, subtraídos.