Dois poemas de Ana Paula Silva Vieira
Ana Paula Silva Vieira tem 36 anos, escrevendo desde os 14. Nos últimos 3 anos, dedica-se mais intensamente à escrita, tendo escrito 4 livros e participado de alguns concursos. Escrever é uma das coisas que mais gosta de fazer, almejando poder publicar suas histórias.
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SER
A dor que simula a felicidade
Os sentimentos que não posso explicar.
A ausência, a essência.
Moradia no meu peito, minha afeição.
Sua introdução…
Paixão!
Caminhos que se cruzam e se anulam
Querer sem querer
Querendo mais…
Não ligo, não sei…
O despertar das novas sensações,
Sonhos e desejos.
É satisfação e maldição.
Paixão!
Escalas diferentes de uma visão ampliada
Que modifica, eleva
Se manifesta em razão sem razão
Laços se refazem, são desfeitos
Seguem imperfeitos
Pureza de olhares que permanecem olhares…
Maldades das malícias que multiplicam o tempo.
O tempo amigo, inimigo e perdido!
Ser se quiser ser
A não ser que não seja
Paixão!
Do ser sem ser
Que já é por simplesmente ser.
*
HOJE
Hoje eu só quero falar sobre o tempo que voa rápido, porém devagar…
É que eu preciso lembrar para contar e não era bem assim que eu gostaria de estar.
Queria ser fruto do não precisar, do não precisar ficar.
Quero ser feita do efeito do querer estar, mesmo enquanto os passageiros passam, mesmo quando eles se vão…mesmo e mesmo sem entender nada!
Do que eu estou falando? Do tempo curto e absurdo que me priva a liberdade do provar.
Me amarra aos fatos aos quais não pertenço, me rouba certamente tempo dos lugares aos quais eu desejo estar.
Quem me dera fosse simplesmente desejar e chegar.
Me pergunto em que tempo eu devo está?Eita nó que me da…que vem com sorte feliz e sorte triste de não alcançar.
Eu descrevo meu lugar:
Com o amor de quem espera chegar
Com esperança de quem quer alcançar
Com paixão de quem luta para ficar
Com emoção de alguém quem não pretende parar…
Vou ouvindo pela vida o não ecoar, vou sorrindo, vou chorando e seguindo.
Vou pedindo, agradecendo…vou, vou e vou…
Quero mesmo é me libertar, me liberar…revolucionar!
Quero conquistar o direito de ser feliz no lugar em que eu desejo estar…
Quero possuir essas mãos para modificar, criar.
Criar um amor de verdade!
Proteger e cuidar.
A eu quero revolucionar!
Quero desenhar uma bonita frase em uma pausa em prosa, com cor, sem dor só amor!
Quero muito porque não desejo pouco!
Talvez só um pouco do que todos nós não temos…
Sim permita ser…ter!
Sim, sim e por quê?!
Pois somos revolução na evolução…somos quem somos.
Ouvido ouvindo poluição…
Quem cala espera se desespera..
Não espera.
Não, espera!
Não dá.
Como da?
Vamos chegar.
Como vamos?
Onde vamos?
Temos que chegar!
Então me fala você, aonde é o seu lugar?
O meu certamente vai chegar.
Perdura na fuga da paz, onde mora a tranquilidade…
Onde o amor vem demais!
E a vida é sagaz
Meu lar…a sombra, a luz que paira para me apanhar!Fugaz….
Meu par…incandescente me enche de luz!
Que tal?
Vir para ficar.
Se mostrar…se mostra para mim.
Sem máscaras, se expõem.
Me nota!
Me consola!
Me explica…
Tem x aqui…na minha equação a matemática é perfeita e a matéria faz parte dela.
Ela se mistura a tudo e faz algo maior, melhor, algo que eu já sabia, que eu não conhecia, mas que eu já vivi!
Eu não entendo…esse seu silêncio.
Preciso de conteúdo…
Estou em busca…estou a procura.
Estou nua, com medo…
Sem certezas e permaneço com todas elas intactas.
Meu regalo…minha vida contida em instantes propulsores de dimensões.
Minha imensidão de decisões…colorido!
Miúdo, mudo vem do tamanho do mundo.
Não tenho nada se não fé!
Não sou nada se não crença.
Sou pequena na minha falta de saber…
E grande no amor, na dor…
Sou fruto do que eu não sei, mas do que eu sei…
A ignorância me faz perecer…
À medida que não sei o que escolher…
Não sei!
Apenas sonho que sei.
Não detenho nada, não possuo coisa nenhuma.
Só este corpo…
Nenhuma casa…nenhuma mala…
Completamente sem nada.
Sou teu olhar, seus olhos a me buscar
Sou teu desejo
Então me tenha com cuidado.
Me veja!
Me pertença.
Se vem sou tua!
Seja nu, despido de todas as suas certezas…
Então somos vida!
Vida que se perde, que se acha, que se encontra, que se atrapalha, que se entrelaça.
Entende?!
Não somos nada sem o outro.
O que? Para quem?
Como?
Que construção?
Se não em conjunto.
Conjunto que resulta em funções, ações e dimensões.
Sou arte quando me permite.
Sou tristeza quando deixa.
Sou escrava quando não respeita.
Sou você quando transcende.
Pureza tem no falar, no que sente, no que buscar.
Tem amor!
Só amor…
Vem e constrói.
Não, não destrói.
Materializa.
Hoje por hoje e só hoje como nunca antes hoje!
Diz a sua mãe, a seu pai…
Diz sim! Seja sim!