Entrevista com a escritora Sil Schmidt – Por Vanessa Franco
Na coluna mensal “Mulheres na Literatura”, Vanessa Franco aborda entrevistas com escritoras, resenhas de livros, publicação e análise de poemas e traz novidades do mundo literário envolvido por mulheres.
Vanessa Franco é professora de teatro, atriz, palhaça e poeta paraense.
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Sil Schmidt, fale um pouco sobre você.
Olá, Vanessa! Grata por esta gentileza de me entrevistar e tecer perguntas tão pertinentes e criativas. Falar sobre mim é recorrer à circularidade e talvez repetição. Voltar da periferia ao centro do centro à periferia, saindo da caixinha mil vezes. Dormir em muitas camas e por vezes sucessivamente mudar.
Sou natural da cidade de São Paulo e filha de mineiros. Mineiros do Sul, por isso não vivo sem café e queijo…um bom papo e longas caminhadas. Estas caminhadas são próprias de quem vive na roça. Sei que meu avô materno fazia longas caminhas subindo e descendo morros, por conta de sua profissão- a de bioquímico veterinário e que destas chegava com boas prosas. Histórias para rir e para chorar. Causos do mundo dos bichos e das pessoas. Meus avós paternos eram de uma região agrícola e viviam da agricultura familiar. Casa de taipa e terra. Chão batido hoje chamada de bioconstrução. Gente de grande sabedoria, boa mão pro plantio, para o fogão à lenha. Fui nascer na capital de São Paulo em 1962, pois tanto minha mãe quanto meu pai já estavam vivendo na cidade, buscando melhores condições de trabalho. Minha mãe como professora e secretária e meu pai como comerciante – veja você vendia livros -, assim como estudante para técnico em mecânica. Papai e mamãe se conheceram a caminho do carnaval das mantiqueiras. Dos feriados para retorno à família. Tiveram quatro filhos, eu sou a segunda. Não me sinto apegada ao passado, mas, em plenos anos 64, com o início da ditadura militar, saímos do centro da cidade onde vivíamos em um pequeno apartamento para a periferia da cidade. Tremembé e depois Jaçanã, locais muito aprazíveis, mas de cultura popular e operária. Daí que eu digo que sou periférica e ao mesmo tempo bebo nas coisas do centro urbano com muita tranquilidade. Das margens eu aprendi a conviver com o outro, no centro a me ver e me sentir ativa, mais solitária inclusive. No centro das cidades, somos ilhas.
Muito criança ainda, após falecimento de minha mãe, em idos de 1973, fui muito exigida a cuidar dos irmãos mais novos e de meu pai, que não teria se casado novamente, e que viria a acontecer dois anos e meio mais tarde. Escola e mais afazeres domésticos que, se por um lado, me tornaram responsável, por outra me tiravam o foco das coisa da infância. Maturidade chegou cedo, e esforços redobrados para vencer etapas sem o apoio maternal, penso terem sido marco em minha trajetória. Conviver com o lado masculino da família me ensinou a dialogar e exigir justiça. Sim, meu lado político também se inicia aí, onde como mulher era mais cobrada e por vezes precisava mostrar as contradições. Ganhei um pai amigo que até hoje é arrimo. Presença sólida.
Estudar era a palavra de ordem de meu pai. O que levei a sério e continuo até hoje. Mas, como menina e corajosa, fui me envolvendo mais com as atitudes do universo masculino do que do feminino. Competir, concorrer, ver à frente, negociar. Senso de liberdade. Enfim, uma boa dose. Para não ser a mulher dondoca ou a romântica casadoura, mas sim a trabalhadora e empreendedora. Pensei em um casamento aos 24 anos de idade, ainda na faculdade, o que não viria a acontecer. Depois, nunca mais.
Me formei no interior de São Paulo em Letras, mas fui antes mesmo de receber o diploma, em fins de 1984 para a capital trabalhar. Período que tenho muito orgulho e que me deram grande experiência. Ia e voltava ao interior mensalmente para finalizar os estudos. Em dezembro desse ano, retorno para receber o diploma e me elegem a oradora da turma. Foram quatro anos exigentes, mas, literalmente, tirei de letra (risos).
Mudei-me definitivamente então para São Paulo, morei em plena Brigadeiro Luiz Antonio, a avenida que corta o jardins em direção à região dos grandes movimentos populares e políticos, a Sé, a República. Consegui emprego como professora de curso supletivo e pré-vestibulares, conhecidos como um dos maiores sistemas educacionais da América Latina. Trabalhei por seis anos consecutivos, fiz mestrados incompletos, pois, para dar sustentabilidade a minha vida profissional, os estudos ficaram em segundo plano. Sinto-me técnica, não douta, em Semiótica e Sociologia. Mas que muito me ajudaram a refinar minha literatura.
Deixei São Paulo para o Sul do Brasil, indo para Florianópolis, tive um relacionamento de seis anos, e deste, o meu filho amado e desejado nasceria em 1992, assim como tive um movimento intenso em relação à profissão. Muitas aventuras e caminhadas na Ilha da Magia, daí que meu primeiro romance Duty Free (2014) vem, de certa forma, dar corpo narrativo-simbólico e metaliterário a esta vivência de uma das fases mais produtivas de minha vida. Intensa, não menos crítica. Uma mulher forte em local rural e/ou litoral pode sofrer muito com o machismo. Ser mal compreendida. Ser banida.
Sou uma pessoa alegre, penso que, como meu avô materno, sorriso largo, contadora de histórias tenho olhar de lince para as circunstâncias e atitudes rápidas. Sou por isso criativa e corajosa por exigências da vida. Da Ilha de Florianópolis, segui para a EU e depois EUA, onde vivi três anos de intensas experiências, as quais narro em Duty Free e Made in Brasil (2019). Vivência em nova língua e cultura, assim como intensas relações. Bom é que podemos contar isso em formato híbrido para que fique ainda mais envolvente. E foi o que se deu. Dica para quem for ler: meu lado crítico vem sempre nas entrelinhas, no formato inovador do texto. Preciso exigir do leitor, assim como fui exigida, e cresci. Ampliei horizontes. Transcendi.
Demais sou um ser complexamente simples. O que mais eu poderia ser onde todos estamos submetidos ao ter…
Como você percebeu que a literatura e a escrita eram o caminho que você desejava trilhar?
Eis aí algo que demorou demais para acontecer. Em primeiro lugar, desejei o teatro para formação. Pois sou de uma geração de artistas do cinema e da TV que se desenvolviam a passos largos nos anos 1970, 1980 e 1990 no Brasil.
Mas fui proibida de realizar esta vocação, mas não me frustrei, pois, ao fazer Letras, me comunguei com personalidades e suas vidas sociais, seus traquejos e ações, o bom palco cinematográfico e narrativo dos grandes nomes da Literatura e do Cinema. Assim como do Teatro que mais assistia, claro, do que atuava. Cheguei a frequentar um ano de Teatro em Universidade do Estado de Santa Catarina, em Florianópolis, mas com o filho pequeno trabalho e marido foi impossível continuar. Amei cada dia em sala de aula como professora de Literatura e Redação. Esses 16 anos serviram-me de palco e plateia. Mas descobri a escrita de modo maduro, em grande crise pessoal nos idos de 2000. Escrever sempre escrevi – nossa linguagem principal -, mas daí fazer disso a profissão, a vocação e partir para a entrega foi em meio a enorme crise. Depressão, pensamentos mórbidos. Incapacidades e por fim, o grande insight, eu era também uma escritora. Ajudaria a descobrir isso uma psicopedagoga a quem recorri para compreender a crise pessoal e profissional as quais eu estava imersa.
De lá pra cá, não parei mais, são muitas as obras e em todos os gêneros. Híbridos, inclusive. O que ensinei serviu-me absolutamente como massa, conceito-técnica.
Você tem algum livro publicado?
Sim, tenho. São 2 romances, 2 libretos em poesia, 1 de contos e uma antologia, que, por conta do ineditismo autoficcional, tive dificuldades para encontrar editores. Mesmo como os editores por demanda, e/ou as grandes editoras mais próximas, precisei também me autopublicar. E isso acabou que foi um exercício, que fui fazendo por indução. Ou seria uma escritora sem livro. Arquivo morto. Tardiamente, mas feliz. Aos poucos, as coisas estão caminhando para novas parcerias neste sentido, também das edições. Recentemente, meus ensaios foram selecionados para publicação em excelente casa editorial. O que me deixou bastante confiante e, claro, agradecida. Trata-se do livro Mil Pétalas Púrpuras. Ensaios realizados sobre a obra de 8 escritoras já sob a perspectiva interseccional e decolonial. Para lançamento no Brasil e Suíça, em julho deste ano.
Se você pudesse voltar para algum momento da sua vida, qual momento voltaria e por quê?
Excelente pergunta, Vanessa. Eu nunca pensei sobre isso com tanta segurança como agora, pois aqui se materializará não é mesmo…
Voltaria ao exato momento que partilhei documentos importantes com alguém próximo sem lhe exigir uma cópia, ou seja, uma prova. O que me trouxe anos de enormes dificuldades. Assim como perdas materiais. Muita dor e sofrimento. Um papel, uma assinatura. E anos sob o céu e sob a lua.
Mas há algo nisso que, também ao gerar tanta dor e sofrimento, gerou a revolta criativa, o fazer, o que faço hoje, literatura, com aquilo que fizeram comigo, como filosoficamente pensa F. Nietzsche.
O ato de escrever sempre esteve em sua vida…
Sim, de certa forma sim. Não de modo consciente como é agora, ou melhor, a partir dos anos 2000, quando me assumi escritora. A escrita esteve mais presente em minha adolescência quando escrevia cartas, muitas cartas a amigos, por conta destes deslocamentos e, depois, em meus diários. Escrever diários era algo típico da minha geração. Adolescentes precisam de escuta, e eles e aqueles papéis num encarte por mim mesma artesanalmente fabricado, meu primeiro caderno foi o que/quem me dera ouvidos. A escrita aí era um arroubo, não necessariamente literatura. Por vezes eu arriscava uns versos inocentes. Hoje, perdidos na estrada. Infelizmente.
Você tem um selo editorial, a Símbolo Digital e Artesanal. Como é essa vida de editora?
Vanessa, nada é fácil num país em hecatombe, em tamanha fissura. Você precisa estar confiante e com a paciência dos sábios. Caminhar sem grandes expectativas, mas caminhar, fazer dos cacos obra, da obra projeto e ir avante, tecendo nas possibilidades que surgem as parcerias. Sou muito boa em perceber o momento para avançar. Faço uso da experiência que foi sendo aos poucos construídas e assim tem sido. Não é fácil, não há retorno rápido, mas estou aí, com meus dois romances e livros de contos por mim realizados de modo independente. Sou grata, e saiba, sim, penso em desistir todos os dias.
Sil Schmidt, que escritor(a) você convidaria para um café?
Nossa, que difícil esta pergunta… pensando aqui. Ok, depois de dois dias pensando, convidaria Virgínia Wolf, ali bem naquela horinha que ela intuía Orlando (que obra fenomenal). Li Orlando, assisti ao filme e à peça também realizada aqui no Brasil. Uma obra quântica, impossível não ficar atônita ao ler, estar lendo Virgínia Wolf. Mas penso que num café ao lado de um rio em movimento, local silencioso. Seria o céu para mim. Existencialismo ao pé da letra.
Você se considera uma pessoa feliz? O que é felicidade para você?
Considero-me alegre, no entanto, já passei por altos momentos de depressão. Feliz por ter passado por esta experiência, pois, hoje, sei manejar melhor os sinais da depressão que levam à infelicidade. Ativar a produção de hormônios, foi este aprendizado.
A felicidade e a alegria são hormônios. Serotonina, oxitocina. Agora, tem que ativá-los. Ao menor sinal de embotamento psíquico, de monotonia e passividade. De anomia, por questões sociais, de falta de esperança, reconhecimento profissional e aí afora… ativá-los é resistir.
Sim, me considero uma pessoa feliz hoje. Não menos realista.
Você escreve sobre o quê?
Vanessa, escrevo sobre tudo, e em todas as formas. Em especial sobre o universo feminino, feminista. Este lugar invisível que nos colocaram por séculos. Neste lugar, procuro dar à luz com muita ênfase e engajamento às questões do feminino: maternidade, relacionamento afetivo, profissional, violência e política, cerceamento e espiritualidade.
Minha língua, minha linguagem é o universo da mulher. Sob muitas perspectivas.
Qual o seu livro preferido?
Meu livro preferido é Éramos Seis. Livro que me levou, ainda de modo precoce, a encontrar nos livros em espelhamento. Aquilo que eu teria vivido, ou quase, e precisava correspondências, por similaridade. Foi aí que me apaixonei pela escrita feminina, tanto quanto pelas boas narrativas mais longas sociais e psicológicas, políticas. Em Éramos Seis, a autora Maria José Dupré foi uma enorme referência nos anos 70 para muitas de nós mulheres, por sua capacidade descritiva e narrativa, crítica de envolver. Tempos em que pouca literatura escrita por mulheres estava disponível.
Qual é o seu maior medo?
Meu maior medo é ter medo.
Você está lendo algum livro? Qual?
Agora estou escrevendo, mas há tantos livros para iniciar, em especial os livros que venho tecendo diálogos que seja para continuar escrevendo ou a partir dele buscar fontes que renovem o que venho lendo e escrevendo. Em geral, são livros de ensaios também. Agora estou com quase todos os livros da estadunidense Susan Sontag para finalizar. Dialogo com Susan Sontag há anos em um texto ensaístico, cujo título é Dialogue with Susan Sontag – in a wall hole (2017). Em inglês, para que eu não perca a segunda língua tão necessária. Há muita leitura pela frente.
Em qual escritora você se inspira? Comente!
Hum, na verdade, me inspiro na própria vida, na imersão diária que é viver, e sua tessitura. Animais, vegetais, o ser social em construção no devir. Daí que posso estar na rua e ler algo que eu vá em seguida usar como mote. Não me inspiro na real em alguém em especial. Mas leio muito e daí sai um caldo grosso, né, que eu vou depurando. Leio em especial textos em filosofia, em sociologia. Amo este momento do despertar, os grandes sábios. Uma colcha de retalhos minha inspiração. Um mosaico de saberes. Não me inspiro em alguém propriamente.
Qual é a característica de sua escrita?
Segundo as leituras que já tenho recebido de minhas amigas críticas literárias, resenhistas, minha escrita passeia entre o hibridismo (Almeida, 2018) e a translíngua (Carbonieri, 2019).
Eu diria metaliterária e/ou intersemiótica. Ou seja, uma escrita que tem consciência de si, numa linguagem em camadas, viva e orgânica.
Qual é a sua formação?
Sou graduada em Letras (FATeA), com especialização em Sociologia e Política( USP) – Comunicação e Semiótica( PUC). E um curso em Ontopsicologia(FAM).
Qual o ator ou atriz que você admira?
Esta questão respondo na número 13. Assim como na literatura, o cinema, para mim, é tão intrínseco que não admiro, mas do qual alimento-me sem tempo para ad-mirar.
Qual o seu filme preferido?
Um filme que me impactou e mexeu os nervos, no sentido da beleza, percepção crítica e intensidade, foi Powaqqatsi: Life in transformation (1988). Um filme que me levou a muitas dimensões do ser humano na grande mãe terra. Inesquecível. Assim como o mais recente documentário do fotógrafo Sebastião Salgado, O sal da terra (2014), filme dirigido por Win Wenders, magnificente. Este que assisti no cinema em plena Avenida Paulista, em São Paulo. Fiquei imóvel sob lágrimas, sem poder sair da poltrona. Impactada. Tenho esta coisa dos seres que caminham, eu me via ali, em nomadismo.
Como é esta vida de nômades? Você gosta?
Somos todos nômades. Quem disse que ficar plantado em um único local é desta existência? O fixismo é muito da necessidade de apropriar-se de algo, que seja terra, moradia. Quando você não vê a vida sob o prisma da propriedade privada, caminhar é natural. Desvendar horizontes, e sem romantizar ir em busca de novas oportunidades, quer estejam em além-mar, além fronteiras, quero dizer, uma alegria. Há diferentes formas de ultrapassar limites. Ser livre, dar asas às possibilidades fora da caixinha e/ou imposta é um dever. Eu amo ser nômade, mas esta consciência ficou para mim mais clara em 2000, quando rompi com o trabalho vendido a um único senhor. Com meu corpo domesticado para o servilismo do privado. E também pelas facilidades de comunicação em rede. Internet, celulares com wifi, superimportantes para este caminhar.
Cansa por vezes, quando procuramos a escova de dentes e ela não está ali a sua frente. Requer traquejo, coragem, movimento e muita criatividade. Ser despojado e bem livre, com reserva mínima para não ficar nas mãos de ninguém. Para isso ser também no caos – organizad@.
Qual é o seu estilo de música?
Ah, que pergunta boa esta, Vanessa! Eu gosto de quase todos os gêneros musicais, procuro dialogar verdadeiramente com o tempo musical de cada geração e ou estação. Do clássico ao popular passando pelas trovas, o bom gosto da cultura local e de tradição oral. Do repente ao rap e vice-versa. Recém terminei uma obra, Diálogos entre a poesia e a cantoria: para afugentar o tédio (2019), e que em breve devo editar para participar de evento literário que terá como tema Literatura e Música. Também amei saber do Nobel para um compositor, poeta e cronista, o Boby Dylan, poeta com quem teci Baladas para ou um caderno de passagens do mal (2016). E que editei em forma de zine. Sim, um poeta precisa fazer interlocuções com os músicos, afinal, a poesia é puro ritmo de assonâncias e aliterações, de onomatopeias, um bom poeta tem que ter os ouvidos atentos às dicções, sotaques e musicalidades que o rodeiam. O escritor é um corpo sensível. Música sempre e de todos os gêneros. Ah, e um segredo: danço-as com muita intuição e envolvimento. Tanto quanto.
Publicar um livro é muito difícil, pois as editoras cobram um preço elevado. Qual a dica você daria para quem sonha em publicar?
Publicar não é difícil, mas é exigente. O escritor, além de toda demanda para escrever, realizar a obra e tudo que ela já exige, ficará responsável por todo um novo processo antes realizado por tão poucos editores. Fazer a conexão com os revisores da obra, assim como encontrar alguém que você confie e vice-versa para uma orelha, o descritivo da obra, ou um prólogo de apresentação, encontrar o diagramador com boa perspectiva sobre a arte do livro: gramaturas, qualidade de papel, o preço, inclusive. A quantidade de exemplares, a demanda de tiragem, remessa, vendas e lançamentos etc. Um trabalho superexigente. Daí que o escritor fica com excesso claro e pode perder em qualidade de vida, assim como da própria produção. Mas eu não tive escolha, ou fazia ou morria na praia. Como disse em sua pergunta de número 6, aqui relembrando, foi necessário. Hoje, eu sinto que já posso ir a novas editoras levar meus escritos e ser bem avaliada por elas. E assim será. Aguardemos.
Minha dica é, faça!
Deixe as suas considerações finais, para aqueles que são apaixonados por literatura, poesia e que desejam se realizar como escritor(a)
Minhas considerações é que o sonho, a energia psíquica por ele expresso, canaliza a realização de modo sincrônico e ou energético. Viver da maneira que eu vivo já me traz esta segurança. Tudo acontece. A rede se forma, o sonho se torna a própria realidade. Canalizar energia para estes sonhos exige também o bom sonhador. Cuidados para não se perder na torrente deste fluxo, ou seja, sondar o sonho enquanto pretexto, é genuíno, faz vida, tem potência, te faz bem e ou fará. Cuidar dos abismos, uma dica. E ir dia a dia concretizando-o. De modo ético, claro, sem ferir ninguém. E assim será. Assim tem sido.
Vanessa, eu aqui muito grata por suas perguntas tão pertinentes e conectadas ao meu jeito de ser no mundo. Grata e feliz.
* Sílvia Schmidt nasceu em São Paulo, mas morou no Nordeste e Sul do Brasil. Desde que deixou Florianópolis, em 2000, transformou-se em uma verdadeira nômade digital, explorando novas cidades, países e culturas, sempre em busca de liberdade, independência e inspiração.
É graduada em Letras – Português Inglês e respectivas Literaturas/Fatea. Especialista em Comunicação e Semiótica na PUC/SP, Sociologia e Política/ USP e Ontopsicologia em SC.
Ministrou aulas de Literatura Brasileira por quase 20 anos, mas precisou ir além.
“Com mais maturidade e intensa criatividade, hoje, busco na carreira de escritora e editora, o mesmo resultado obtido em sala de aula, e meu foco principal é trabalhar numa linguagem multimidiática e contemporânea (concretismo), uma psicologia revolucionária (ontológica). Busco na realidade vivida (auto ficção) e nas trocas culturais o público jovem e feminino em transcendência.”
Obras lançadas e em progresso: Duty Free: romance I (2000); Made in Brasil: romance II (2019); Jennifer’s house: romance III ( 2003); Circunstâncias-uma polifonia do pensar: poesia (2018); Baladas para ou um caderno de passagens do mal: poesia( 2017); Palavras sem Fronteiras: coletânea (2017/2018); Encontros: uma cartografia do tempo: contos (2012); Poemas à Carta da Terra: poesia (2012) em progresso; Interregno – entre o tudo e o nada: romance inédito (2012); Mil pétalaspPúrpuras: ensaios (2017).
Rozana Gastaldi Cominal
Leitura que arrebata pela linguagem nas respostas da entrevistada.