Seis poemas de Laila Angelica Moraes
Laila Angelica Moraes nasceu no dia 06 de setembro em Votuporanga e ainda mora em sua cidade, mesmo querendo alçar voos mais altos. Graduada em Letras: Português/Espanhol na Unifev (Centro Universitário de Votuporanga). Professora de Língua Portuguesa e Espanhola, pesquisadora, revisora, tradutora e estudante de Pedagogia (último ano). Textos publicados na Revista Mallarmargens, selecionada em certames para participar de antologias na Espanha pela editora Letras Con Arte.
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Alavancar é preciso
Nascer,
Crescer,
Amadurecer…
O tempo passa[um velho de bengala de madeira, já gasta],
Você aproveitou a sua vida?
O seu momento?
Não?!
Então camarada, mande escrever em seu epitáfio: Apenas fui um verme nas mãos dos soberbos.
*
O passar das horas
Sentir o seu corpo
grudado ao meu,
faz-me vibrar, sentir
a magia de meu próprio ser .
Ah, quando você vai embora!
O sabor suave de minhas estranhas
ESTREMECEM,
como se fosse o balanço do pêndulo de relógio
que se configura em passado e presente,
pois o futuro,
nada se sabe sobre ele,
nem mesmo sei sobre meu amado.
Se é luz de meu pensamento,
se é o fogo de minha paixão,
ou se sua existência
é apenas
o brilho de meus olhos azuis,
ou o reflexo do meu coração platônico.
Anos se passam,
me casei,
tive filhos,
mas aquele amor que buscava,
nunca consegui,
era apenas o sopro de vida que eu ainda tinha
no refresco de minha adolescência.
*
Indagações
Já não tenho boas notícias, novidades,
mas o que ainda me consola que também não tenho más notícias.
Ainda bem, meu Deus
*
Soneto da saudade
Em uma noite de luar,
olho para o horizonte,
onde corre debaixo da ponte,
a tristeza de um mar.
Tenho dentro de mim,
uma forte dor,
pois perdi um grande amor,
que era como um belo jardim.
Sei que você não pode me amar,
sou feliz,
mesmo sem poder te abraçar.
Choro de saudade,
te amo mais do que nunca.
Sem você, sofrerei por toda eternidade.
*
Não importa a canção
Ai a canção.
Canção essa que com seus dedos macios,
afaga o nosso rosto e ouvido
trazendo paz ao coração cansado e triste.
A canção deve ter letra
para fazer sentido.
Deve ter melodia para nos tocar.
Deve ter ritmo para a sentirmos.
A canção, ai a canção
do morro: o samba,
dos salões antigos: a valsa,
do teatro: o balé clássico,
do campo: a caipira.
Não importa a canção que você escute.
O importante é tocar sua alma e coração.
*
Negritude (Cons)ciente
“Yes, we can” (Sim, nós podemos) falou Obama
ao povo americano em sua campanha à presidência em 2008.
Sim, nós podemos! Podemos tudo.
Podemos vencer a labuta
sejamos brancos ou negros.
Acima de tudo, somos humanos.
Vivemos num mundo
onde amar é travar uma luta
em busca da verdade.
O sonho de Martin Luther King
era vivermos como irmãos.
Já Mandela, prezava a igualdade
sem desprezo pelo “diferente”
e andarmos de mãos dadas
com toda a gente.
Castro Alves em sua poesia,
buscava no negro
que escravizado, veio dentro de um navio,
uma humanidade que segundo os escravocratas,
não existia.
Diacho! E a Consciência tem cor?
Tem a cor da sombra dos esquecidos,
bravos, guerreiros e fortes,
assim como Zumbi,
daqueles que lutam
à própria sorte
em busca de um tiquinho de amor, alimento
até o momento da sua morte.
324 anos depois, pouca coisa mudou.
Aliás, a raça humana, tudo mascarou.
Racismo sem fundamento,
em pleno século 21
é muita falta de respeito,
onde já se viu,
com um povo que surgiu
e que construiu o nosso Brasil!