O caminho do meio para malucos (não, terceira via, não) – Por Hugo Lorenzetti Neto
Na coluna mensal “Jerônima” (clique aqui para acessar todos os textos da coluna), a bonita Hugo Lorenzetti Neto nos traz – no melhor estilo eu-miss-desejo-a-paz-mundial – traduções de autoras e autores de diversas línguas e partes do globo. Diplomacia com plissado rosê. Regras: 1) cada coluna é um baile temática, os textos traduzidos têm um tema em comum; 2) uma espécie de ensaio inédito do colunista amarra sempre as traduções. A coluna irá ao ar sempre na última quinta-feira do mês.
Hugo Lorenzetti Neto é diplomata e tradutor, e atuou quase toda sua carreira, de 2006 até o momento, na área cultural do Itamaraty. Atualmente lotado no escritório do Ministério em Recife, oferece oficinas de escrita e realiza clubes de leitura, além de divulgar poesia em seu projeto O Caderno Rosa (@ocadernorosa, no Instagram).
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O caminho do meio para malucos (não, terceira via, não)
Já falei de Gendun Chopel antes, e ele me ocorreu porque tenho um artigo que está enrolado aí em uma publicação de universidade. Talvez porque essa seja minha vibe agora, com várias coisas a quase publicar e quase nada publicado, pensei no modernista tibetano, e no quanto adoro falar “modernista tibetano” e ver a cara de naturalidade de bailarina russa das pessoas que certamente estão digerindo o próprio orientalismo – como eu mesmo fiz em algum momento. Ninguém nasce habilitado a desconstruir nada e a vida não é o Twitter, esse pintscher mundial que criaram pra deixar a gente maluca.
“Não procurem a minha vida em meus poemas”, é um verso da poeta indiana de origem goesa Eunice de Souza, de seu poema Autobiográfico. Verso e título podem abrir, numa conversa literária despretensiosa, o caminho para se discutir a relação entre obra e vida dos poetas. O verso de De Souza alerta para a futilidade de se buscar a vida dentro da obra, como se possível fosse reconstruir aquela fazendo uso desta. Mas a vida de Chopel é demasiado interessante, e muito tecida na escrita. Às vezes acontece isso, e cabe a nós que somos leitores informados que sabemos esconder o espanto ao ouvir pela primeira vez a expressão “modernismo tibetano” entender, com os meios de cada um, mas eu gosto muito de Bakhtin, por exemplo, que uma coisa é a pessoa e a outra é a pessoa que vai dentro da forma; ou que realidade é tudo o que não cabe na linguagem, se a gente pensar em Lacan.
Iconoclasta, visionário, mestre das artes do amor, herói da cultura tibetana moderna e até santo budista são epítetos comuns na literatura sobre o autor, quase toda em inglês entre os idiomas ocidentais. A ars poetica de Chopel me parece um bom contraponto à percepção da cultura tibetana e seus agentes como parte da Shangri-La da imaginação ocidental: vales e montanhas onde reina harmonia e espiritualidade (monges e cabras e mantras) – a utopia mística isolada do mundo onde a felicidade é permanente (Glória Maria no Butão). Gendun Chopel foi monge e acadêmico budista refinado, mas também frequentou bordeis em Calcutá e construiu uma reputação de extremos, que ele descreveu como “o melhor dos monges, o pior dos mundanos.” A tradução francesa que achei é terrivelmente esnobe, comparada com a inglesa, um pouco mais pé no chão. E eu vou mostrar aqui uns poemas que fiz já pensando em usar alguns recursos de nosso próprio modernismo – e ele mesmo muito plural e além de São Paulo, que dizer isso é quase não dizer nada.
Nascido em 1903 em Amdo, no nordeste da área cultural tibetana, alfabetizado aos três anos de idade e considerado um prodígio, já na infância Chopel foi educado na escrita budista tibetana e no estudo da poesia kavya, prática beletrista rigorosa, de poesia ornamentada e de registros elevados, com origens no sânscrito. Ainda muito jovem, produziu exemplares de diversos gêneros tradicionais, como, por exemplo, o círculo auspicioso: uma tabela de quadrados, dezoito por dezoito, em que cada quadrado recebe uma sílaba, de modo que a matriz possa ser lida como poema em direções diversas. A narrativa heroica sobre o artista conta que Chopel compôs magistralmente dois desses poemas aos doze anos. Para esta seleção escolhi traduzir um poema que não é dessa época, mas se propõe ao jogo no campo formal.
A orfandade ainda na infância e a vida monástica sem grandes lamas apoiadores e mecenas, associadas à inteligência e à percepção fora do comum podem ter levado o jovem e marginal monge a desafiar os rigores hierárquicos e a hipocrisia da vida escolástica, o que se vê na acidez sofisticada de seus insultos a colegas e superiores. E, ainda muito jovem, Chopel entra em contato com a intelectualidade do movimento de independência da Índia, e logo as práticas discursivas modernistas passam a integrar seu próprio programa estético. É então que aparece em seu trabalho a investigação de expressões de ancestralidade, da cultura tibetana anterior à chegada do budismo no Tibete. Um viés da sua produção foi a escrita de textos de corte épico, em prosa e verso, reinventando a estética dos gêneros históricos e ensaísticos, para recontar o tempo e as vidas dos reis do passado anterior à chegada do Padmasambhava, o Guru Rinpoche ao Tibete, trazendo o budismo e a escrita. Esses textos, em verso e prosa, têm sua origem em anotações de viagem em sua própria terra. A forma performática e a produção andarilha dentro do próprio país, com a tentativa de o catalogar, resumir e trazer para o debate cultural de seu tempo que ocorria fervorosamente em Calcutá – onde a revolta anticolonial e antiimperial indiana também se produzia em torno do modernismo – poderiam servir de base para comparar Chopel e Mário de Andrade. Chopel queria o Tibete no mundo, o mundo no Tibete, o futuro e o resumo da pátria em seu corpo.
E agora o dado que mais gosto de informar: o Dalai Lama, esse mesmo de hoje, mandou prender Gendun Chopel nos anos 1940.
Em 1946, depois de quase doze anos de viagens à Índia e ao Sri Lanka, Gendun Chopel regressou a Lhassa, e, poucos meses depois da chegada, foi preso pelo governo do jovem Dalai Lama, por ordem do regente, Daktrak Rinpoche. Inicio a trajetória poética neste ponto por me parecer um momento de impacto contra as possíveis visões de nossa sociedade sobre o Tibete: um poema produzido durante cumprimento de pena após prisão ordenada pelo governo de um grande líder político e espiritual oriental, articulada, provavelmente, pela Comissão Britânica residente na capital tibetana, cujo primeiro quarteto, como se afirma, foi encontrado escrito no colchão da cela habitada pelo poeta. A produção de Chopel não cessou durante o período em que esteve encarcerado ao pé do Palácio de Potala, residência de inverno dos Dalai Lamas desde o século XVII até 1959, e embora ele tivesse à disposição meios para escrever, a hipótese da escrita no colchão não é absurda.
In the jungle where the frightful roar resounds
Of the stubborn tiger drunk on the blood of envy,
The honest little child is left all alone.
May the wise think of him with compassion.
Though fools may not follow you,
Never follow fools.
That is the first vow of the wise.
Keep it though it costs you your life.
Na selva onde ressoa o assustador rugido
Do tigre obstinado ébrio do sangue da inveja
O menininho honesto está abandonado.
Que os sábios nele pensem com compaixão.
Por mais que os tolos não te sigam
Nunca siga os tolos.
É o primeiro juramento dos sábios.
Sustenta-o por mais que te custe a vida.
A possibilidade de que realmente o primeiro quarteto tenha sido encontrado escrito no colchão da cela onde seu autor ficou preso é um dos elementos atrelados às condições de produção do poema (que são quase sempre, para quase todos os textos, muito difíceis de traçar) que colaboram para a construção da mitologia de herói moderno em torno de Gendun Chopel. Comprovável ou não, o fato é coerente com a biografia do monge: denunciar a espiritualidade interesseira, a afetação de conhecimento e marcar e ser marcado pelas experiências e pelos lugares onde foram vividas é traço de sua produção. Concentram-se, também, nesse curto poema, temas que atravessam sua obra: a crítica ácida à hierarquia do poder par a par com a reafirmação de devoção e fidelidade aos princípios espirituais budistas.
Neste poema, Chopel faz um comentário à situação política tibetana na regência do Daktrak Rinpoche, tutor do 14º e atual Dalai Lama, na época ainda criança. Escolhi o traduzir “little child” como “menininho”, para entregar uma versão de interpretação mais fechada, considerando a distância desses fatos para a maior parte dos leitores brasileiros. Além disso, escolhi o diminutivo afetivo para aproximar poeta e personagem e reforçar o sentimento de compaixão expresso no poema. Acredita-se que os Dalai Lamas são reencarnações sucessivas de Avalokitesvara, o Bodhisattva da Compaixão. Aprofundar a expressão da compaixão do monge, ecoada na súplica pelo mesmo sentimento aos sábios, constrói-se uma inversão expressiva: ter compaixão da própria manifestação espiritual da compaixão. Isso tudo agrava a maldade do tigre obstinado e invejoso, referência ao Daktrak Rinpoche, cujo nome significa “tigre de pedra”.
Na segunda estrofe, escolhi conjugar os verbos na segunda pessoa do singular, de modo a expressar alguma solenidade ou reverência, para que a interpelação possa ter destinatário ambíguo: o jovem Dalai Lama ou o próprio leitor.
Liberado pouco antes do prazo de cumprimento da pena, Gendun Chopel entrou em uma espiral desintegradora: miserável e consumido pela cirrose, morreu pouco depois da invasão de Lhassa pelo Exército de Liberação Popular chinês. Sua poesia do período do cárcere apontava para esse movimento, como quando ele escreve:
A virtuous family, the lineage of monks, the way of a layman,
A time of abundance, a time of poverty,
The best of monks, the worst of laymen,
My body has changed so much in one lifetime.
Estirpe virtuosa, a linhagem dos monges, o caminho do leigo
Anos de abundância, anos de miséria
O melhor dos monges, o pior dos mundanos
Meu corpo mudou tantas vezes no tempo de uma vida.
Neste poema de pares contrastantes (monge/mundano; abundância/miséria), Gendun Chopel rememora e resume sua vida como o caminho de meio do louco, entre a fortuna e o infortúnio. Lopez anota que o que ele escolheu traduzir como “family” era originalmente a palavra para dizer osso, que tem também função semântica de linhagem. No uso específico no verso há polissemia. O termo pode se referir a laços sanguíneos, a laços de tradição monástica e também às sucessivas reencarnações. O tradutor afirma oscilar entre “blood” e “family”, enquanto eu mesmo oscilei entre família e estirpe, e escolhi o segundo, por me parecer mais abrangente.
A escolha por “anos” em lugar de “tempo”, fiz pensando em expressões como “anos dourados”, ou “anos de chumbo”, por me parecer escolha mais corriqueira que época ou tempo, e menos duradoura que era. Variei as traduções de layman/laymen para incluir no poema a nuance institucional religiosa (leigo, em oposição a monge), lembrando que de fato Chopel renunciou aos votos monásticos antes de partir para a Índia ou logo depois de lá chegar. Na segunda ocorrência, decidi dar nuance de pecado, de homem em falta com princípios morais, mais que apenas uma palavra que se referisse unicamente à desconexão institucional. Esse significado mais intenso separei para a segunda estrofe porque é o momento do lamento. O uso de mundano prolonga a aliteração do fonema /m/ (miséria, melhor, monge, mundano), que, no contexto, ecoa o lamento que é tema do texto.
Gendun Chopel foi educado para escrever formas tradicionais da poesia budista tibetana e, sobretudo, da kavya, poesia bem ornamentada de origem na literatura em sânscrito. Um número considerável de poemas segue, no original, forma tradicional fixa, como os poemas alfabéticos, que têm as primeiras letras de cada verso em ordem alfabética, ou o círculo auspicioso, já mencionado na primeira parte deste ensaio. A maior parte dos versos metrificados de Chopel tem oito sílabas, embora sejam comuns os heptassílabos, eneassílabos e decassílabos. No ensino de poesia, Gendun Chopel era partidário de treinar seus alunos primeiro na escrita de versos mais curtos, já que os mais longos eram considerados mais simples. O pensamento formal preciso aparece reinventado na produção modernista de Chopel, em jogos de composição de inspiração tradicional ou kavya propostos pelo próprio poeta. No texto que segue, de acordo com Lopez (2009), os versos das duas primeiras estrofes iniciavam cada um com um número, de modo que se estabelecesse uma contagem de um a oito no início de cada verso. Encerrada a contagem, as estrofes finais seguiam outros padrões: a penúltima estrofe tinha cada um de seus versos iniciados por um ponto cardeal, enquanto a última tinha seus versos iniciados pela palavra vasto. Lopez afirma haver traduzido de forma a se manter fiel ao conteúdo. Como exercício, decidi seguir a proposta inicial de Chopel, tentando me manter o mais próximo possível dos significados na versão inglesa.
The one door of entry into the realm of peace is
The two truths: profound doctrine, stainless path.
You reveal this to the assembly of disciples of the three lineages.
I bow to you, the Buddha, four-bodied lord.
All beings included in the five lineages
Depend on the path of the six perfections.
Relying constantly on all the qualities of the seven jewels
May they attain the body free of the eight extremes of elaboration.
This way to travel to the land of India in the south
Reaching to the ends of the oceans of the east and west,
This lamp raised in the darkness of the west
Was written for the people of Tibet in the north.
The cities like vast oceans,
The stūpas like vast mountains,
To see so many vast sights
Come but once to this vast land of India.
Uma é a porta de entrada do reino da paz, que são
Duas verdades: doutrina profunda e caminho imaculado.
Três são as linhagens de discípulos em assembleia a quem isso se revela.
Quatro corpos do Buda, a vós me curvo.
Cinco linhagens incluem todos os seres
Seis são as perfeições de cujos caminhos eles dependem.
Sete joias em cujas qualidades todas confiar constantemente
Oito extremos de elaboração de que essas joias hão de libertar o corpo.
Sul é a direção que leva às terras da Índia
Leste e oeste os oceanos cujos fins elas alcançam,
Oeste escuro onde se ergueu esta lâmpada para o
Norte onde o povo do Tibete recebe seus escritos.
Vastos oceanos feitos de cidades,
Vastas montanhas de estupas,
Vastos numerosos panoramas para se ver
Vasta terra da Índia aonde deves vir sem demora.
Para fazer o enjambement entre os primeiros dois versos, a inversão fez que um período simples, com predicado nominal no texto fonte fosse transformado em subordinação adjetiva. No terceiro verso, foi necessária nova subordinação, dada a necessidade de trazer “linhagens” para perto do numeral. “You”, referência ao Buda nesse verso, tornou-se sujeito indeterminado, de modo que a referência ao Iluminado surge apenas no vocativo do verso seguinte.
O recurso à subordinação ocorre também na segunda estrofe, onde, no segundo verso, também foi preciso um anafórico para estabelecer inequivocamente o vínculo entre “seres” e “dependem”.
Na terceira estrofe, mudei o sujeito do verbo alcançar, provocando mudança de sentido: a terra alcança os oceanos no lugar do viajante destinatário do poema, expresso na versão fonte. Em seguida, o direcionamento dos escritos é explicitado pelo verbo receber, o que desloca o sentido original: os textos partem e chegam a algum lugar, mas nada se fala sobre que sejam recebidos, a não ser na minha versão.
Ao inverter as comparações nos dois primeiros versos da última estrofe, optei por aprofundar a equivalência em metáfora, em vez de utilizar estruturas mais complexas que alongariam demasiadamente os versos. No verso final, o imperativo perdido da versão em inglês é substituído pelo verbo dever. Numa primeira tentativa, traduzi o verso como “Vasta terra da Índia aonde deve-se vir sem demora”. A versão ignorava desnecessariamente a interlocução, e por isso a convocação para a visita parecia menos apelo e mais recomendação genérica. Conjugando o verbo, a recomendação passa a ser individual, apelo íntimo ao leitor. Como na versão fonte, o destinatário do poema aparece apenas no verso final, exigindo releitura para reacomodar o texto como interpelação.
A proposta que me fiz de seguir as descrições do original rendeu-me um exercício prazeroso de encaixe de sentidos e formas sintáticas, e de escolhas e perdas. Imagino essa tarefa como atividade que me aproxima como tradutor do trabalho original: um quebra-cabeças de formas, exercício de concentração na linguagem.
E eu falei que ele escrevia poesia erótica e estou aqui escrevendo mais que o homem da cobra e nada de traduzir putaria, né? I know you like that, safades.
Gendun Chopel estudou a literatura erótica do sânscrito, e, durante sua estada em Calcutá, frequentou os bordeis e a vida noturna da cidade. E nós estamos com inveja. A maior parte de sua poesia erótica é instrucional, o que vem de seu aprendizado teórico e prático do Kama Sutra.
Claro que tratar dos poemas eróticos de Chopel como apenas tributários da escrita instrucional dos sutras é reduzir a conversa. No que escolhi (só um, safades, só um), ele trabalha os temas do Kama Sutra, citado diretamente:
Like a timid thief eating a meal in hiding,
To churn in and out and then ejaculate
Silently and quietly in a darkened bed,
This is not the true celebration of passion.
Thus one should know desire’s sixty-four arts,
Which offer diverse flavors of bliss,
Like those of molasses, milk, and honey,
To the passionate man and woman.
Como um ladrão tímido comendo escondido
Enfiar e tirar e em seguida ejacular
Silenciosa e sossegadamente em uma cama no escuro
Não é a celebração verdadeira da paixão
Assim, deve-se conhecer as sessenta e quatro artes do desejo,
Que oferecem sabores de êxtase variados
Como aqueles de melado, leite e mel,
À mulher e ao homem apaixonados.
As sessenta e quatro artes do desejo é referência direta, nada codificada, ao Kama Sutra. Escolhi separar os movimentos do sexo expressos por “churn in and out” (que é fazer manteiga, batendo a nata no pilão – fuc fuc fuc) em dois verbos, para aproximar o poema do palavreado de sexo em português do Brasil. Poderia ter usado “botar para dentro e para fora”, mas além de alongar demasiadamente o verso, “botar para fora” remete a vômito. Numa primeira versão usei “socar”, no lugar de “enfiar”, e decidi pelo segundo por ser mais suave, menos pornográfico que o primeiro. Para “bliss” escolhi “êxtase”, palavra também usada em contexto religioso. Traduzi “quietly” como “sossegadamente” para aproveitar a aliteração com os fonemas /s/ e /m/, e criar, assim, paisagem sonora sussurrada e gemida, condizente com o tema do poema.
Além de estar me demorando aqui como não me demorava faz tempo, acho melhor encerrar esse tema gatilho, e o texto. Tomem suas vacinas pra gente poder também, senão eu só traduzirei putaria no mês que vem.