Ping Poesia 2 – Noélia Ribeiro e Andri Carvão
Trazemos hoje mais um episódio da série de curadorias com os poemas do Ping Poesia, projeto idealizado por Andri Carvão, Noélia Ribeiro e José Danilo Rangel, que originalmente consiste na gravação de um vídeo com uma dupla de poetas fazendo um rápido ping-pong com trechos de seus poemas. Aqui, na Ruído Manifesto, as leitoras e os leitores poderão ler os poemas utilizados na íntegra e também assistir ao vídeo, veiculado inicialmente na página (https://www.facebook.com/pingpoesia/). Desta edição fazem parte a poeta Noélia Ribeiro e o poeta Andri Carvão.
Noélia Ribeiro é pernambucana, radicada em Brasília. Cursou Letras na Universidade de Brasília. Aposentou-se como Taquígrafa Revisora da Câmara dos Deputados. Publicou Expectativa (1982), Atarantada (Verbis, 2009), Escalafobética (Vidráguas, 2015) e Espevitada (Penalux, 2017). Tem poemas em antologias, jornais, revistas e nas revistas eletrônicas Mallarmagens, Germina, Acrobata e InComunidade, entre outras. Integrou a antologia digital As Mulheres Poetas na Literatura Brasileira vol. 2, organizada por Rubens Jardim, e a exposição Poesia Agora, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Recebeu da Secretaria de Cultura do DF o prêmio Igualdade de Gêneros na Cultura. É membra da Associação Nacional de Escritores (DF) e da União Brasileira de Escritores (RJ). Produz a live A Fim de Poesia, no Instagram.
Andri Carvão cursou artes plásticas na Escola de Arte Fego Camargo em Taubaté, na Fundação das Artes de São Caetano do Sul e na EPA – Escola Panamericana de Arte [SP]. Graduando em Letras pela Universidade de São Paulo, há colaborações do autor em diversas revistas e antologias. Suas últimas publicações foram Um Sol Para Cada Montanha [Chiado Books] e Poemas do Golpe [editora Patuá]. Integra o Coletivo de Literatura Glauco Mattoso, criado pelo profº Antonio Vicente Seraphim Pietroforte, apresenta poetas e poetos no Simpósio de Poetas Bêbadxs em parceria com Thiago Medeiros e é um dos idealizadores do Ping Poesia, junto com Noélia Ribeiro e José Danilo Rangel.
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Sequência de Noélia Ribeiro
PIRIPAQUES
VII.
não ria do caixote
alheio:
sua onda ainda
não veio
II.
tua mão
sobre minha genitália:
um gemido vão
ou coisa que o valha
XVI
incapaz
de dirigir a vida,
volto pra casa
a pé
XIII.
morrer
sem aviso prévio
só se for de tédio
VI.
agora que tudo acabou,
retiro o que eu disse:
nada
*
Sequência de Andri Carvão
Quer guardar um segredo bem guardado?
Publique-o num livro de poesia.
*
O poeta
pede esmola
aos mendigos.
*
Emoldurar espelhos
reflete bem
o painel da Arte Contemporânea.
*
O esconderijo ideal
é o labirinto.
*
Era uma vez
até que um dia
todos viveram felizes para sempre.
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Agora, assista ao vídeo: