Quatro poemas de Diego Wayne
Diego Wayne é paraense formado em Letras – Língua Inglesa pela UFPA e pós-graduado no ensino de artes. É professor e tem poemas publicados no jornal Plástico Bolha e na revista de literatura A Bacana. Em 2017 compôs junto com outros poetas a antologia Pérolas do Caeté voltada aos jovens poetas paraenses. Teve sua estreia na literatura em 2018 com o livro de poesias Coração de Unicórnio, publicado pela Rico Editora.
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Mãos
Minhas mãos são brancas e jovens
como duas luvas macias
nem se comparam com as do velho ao meu lado
as dele contrastam com as minhas
elas possuem grandes e intermináveis linhas
que se parece com as estradas da vida.
Cada uma conta uma história de sorrisos e lágrimas
as minhas apesar de jovens não contam história alguma.
olho nossas mãos e vejo que não é fácil saber
que as dele nunca mais serão como as minhas,
mas as minhas um dia serão iguais às dele.
*
Costelas
És meu adão
sou teu Adão
Porque assim decidimos.
Unimos nossas costelas
e que mal tem nisso
se tu me amas
se eu te amo
se nós nos amamos.
Diante do que sentimos
quem ousara nos dizer o contrário.
*
Humanos desumanos
Vivo entre injustos
convictos até suas raízes.
Há tempos nessa guerra de cor e sangue,
o mundo é um curral dividindo os sexos.
Humanos, desumanos
mas aos que me julgam, aponto o dedo do meio
em sinal que sou de esquerda
me alimento do que é real.
Tem gente que só tem a aparência
e por isso se emudece.
Sem máscara sou o que sinto
graças ao que agora sei
posso gozar sem culpa!
*
Poema aos terráqueos
As flores não seduzem
Nem o sorriso ingênuo da criança
amolece o coração de quem escolhe o mau
Quem odeia, odeia
Não há meio termo
Jesus na cruz
Auschwitz
Belsen
Para alguns são apenas fragmentos da história
Páginas sanguinárias escritas pelo homem
Que diz amar, mas sangra seu próprio irmão.
não aprendemos
As perdas não nos ensinam
As dores são esquecíveis para a maioria de nós
Os anos passam e continuamos errando
Não sou judeu mas pesa sobre minha cabeça a coroa de espinhos
Símbolo do pecado usada por meu pai.
Quantos de nós ainda pereceram nas mãos
De quem não entende as diferenças?
Calígula
Mao tsé-tung
Hilter
Com seu nazismo de pedra
Seu olho cego de ódio
O amor cura o ódio mata não somente o odiado
Mas também quem o destila
A maioria não entende que nós passamos
Somos finitos
Um distúrbio nos espelhos e lá se foi a juventude
Porem as pessoas são más sem pensar no amanhã
Mas tudo o que vai volta e cedo ou tarde a vida cobra
Quem deu amor receberá amor
Quem deu ódio
…ódio recebera
e ao menos que a gente
Aprenda as lições
Que o medo e o horror ensinam
As trevas voltarão
Mas com amor
E a graça de Deus
Nós vamos aprender.
Hatikva (esperança)
Hatikva ( esperança)
Carol souza
Essa revista precisa escOlher melhor os autores. OuTro que surfa no clichê.
Conceição Maciel
BELÍSSIMOS poemas e textos riquíssimos. Parabéns meu poetamigo Diego, você é um grande escritor.