Quatro poemas de Emanuela de Sousa
Emanuela de Sousa é poeta e escritora, natural de São Paulo do abc paulista. Fez teatro aos 11 anos e se arriscou pela pintura e em desenhos, mas foi na escrita que se encontrou. Emanuela é autora de dois livros publicados: Interrupto, sobre todas as coisas que guardei (2016) e Coração a bordo (2020) Atualmente é colunista em um Portal, o Potiguar Notícias.
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Jazz e Blues
Por que será que hoje em dia as pessoas tem tanto medo de entrar em um relacionamento?
A resposta é mais simples do que pensamos: elas estao cansadas de se machucar…
Estão com medo dor que vem depois quando tudo acaba
Da despedida
Do silêncio
Da falta.
Não tiro sua razão.
Lhe aviso de antemão
Estou pronta para convencer -te
que não estará sozinha enquanto segurar minha mão.
Me deixe então estar contigo,
Pra não se sentir só.
Caso não seja convencida
Imploro ao blues, ao jazz
Aos mais de cem poemas que te escrevi na noite passada.
Vou te ligar,
falar de amor
Sem clichê.
No meu tom de clareza,
lhe passando firmeza.
Para que você saiba que
Estou aqui, presente.
Só não me faça cansar
De te esperar.
*
Devolva-me
Depois daquele beijo
Naquela noite
Você roubou muita coisa de mim
Peço que, devolva-me
Devolva também as chaves
Já que não pretendes ficar na minha vida
Aproveite para deixar meu mundo como era antes de você chegar.
*
Identidade Oculta
Sou isso mesmo que você pensa que sou
Essa bagunça típica do dia a dia
Sinônimo de confusão
sem ter hora pra se ajeitar.
Eu sou esse mar que parece não ter fim
Onde pensam ser raso, mas é fundo.
Os que conhecem sentem medo de navegar
Tamanha profundidade.
Eu sou como esse papel,
Cheio de rabiscos
Repleto de versos inacabados
Frases explosivas
Rimas fáceis.
Eu sou tudo isso que você acha que sou,
Mas não conhece
Além ser daquilo que você não sabe,
Perda de tempo a sua tentar me definir.
*
Loucure-se
Ela se perdeu no meio de sua loucura
Se afundou nas suas noites escuras
Acendeu seu último cigarro
Desejando que fosse sua última noite
Ela perdeu o controle
Por debaixo de sua pele
A adrenalina pulsa violentamente,
A emoção subiu a sua cabeça
Mais um copo de conhaque
Respira-se mais um trago
Mais um gole do café amargo
Mais um minuto de coragem
Eu estou de volta, ela diz
Eu estou de volta, ela pensa em dizer
Antes que sua loucura morra,
E o orgulho a mate.
Isso é loucura! Eles disseram.
Então lou(cure)-se, moça.
(Poema inédito)