Quatro poemas de Karol Castro
Karol Castro (pseudônimo de Karoline Castro da Siva) nasceu em 17/02/1992, em Manaus/AM; é professora, poeta da vida. Bacharel em Ciências Biológicas e Especialista em Gestão de Recursos Naturais e Meio Ambiente pelo Centro Universitário do Norte/UNINORTE. Licenciada em Biologia pela Faculdade UNIASSELVI. Escreve e posta poesias nas redes sociais e colabora com o site Recanto das Letras. Com textos e poesias contemporâneos reportados aos temas de amor, da natureza, de erotismo, de social, dos seres e do corpo. A autora busca uma linguagem poética lírica, sensual, romântica e crítica. Com produção ativa na poesia minimalista, especificamente o Poetrix, além de Aldravias e Trovas. Dentre as suas publicações estão colaborações na Revista Barbante. Participou da primeira Coletânea de poesia, Antologia Poetrix do Mulherio das Letras (2019).
Contatos: @silva_KarolineCastro (instagram)
Site: https://www.recantodasletras.com.br/autores/KarolineCastroda (Recanto das Letras)
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Em tempos de (ir)resignação
Prefiro arriscar
Mergulhar no mar
do turbulento desconhecido.
Cortar os céus!
Entre desventuras em séries:
Nessa sede insaciável
Pela tal liberdade!
Ao invés de viver em tempos
de cortante servidão
Presa a uma tristonha
E irritante Solidão!
Ah, alguém em mim que resiste
Ah, um ser que insiste
em dizer Não!
És que sou salva:
Todo o santo dia
Por essa tal liberdade
Que a poesia me ensinou
A desfrutar no calor
E afago das palavras!
Ah, alguém que resiste…
Ah, um ser irresignável…
Ah, um poeta…
Um sonhador…
Um vendedor de esperança
Em tempos de servidão
Solidão de uma vida
Sem POESIA.
*
Sinto muito por sentir a poesia
Perdão!
Tenho um defeito de nascença
Um atraso natural,
Um mistério da criação!
Tenho aparência de adulto,
Coração de poeta!
Alma avançada de criança!
Costumo perder o tempo
Admirar as horas
Brincar com as palavras
Não posso ser superficial
Não consigo andar pela vida
Sem sentir, ouvir e ver
A poesia que ecoa
Nasce e se põe!
Nas coisas imperceptíveis e
Desimportantes dessa existência
Passageira.
Por entre essas veredas
Estreitas e tediosas.
Fui projetado pra ser curador das letras!
Passos meus olhos, que leem
Os versos que exalam
Por onde caminho!
Fui contemplado
Com dom um divino
Por ser poeta,
Sinto muito
Por sentir tanto,
Minh’alma
Transborda-se
Toda em poesia!
*
Efêmera existência
Desconecto-me do mundo!
Voo leve,
Livre plena_mente!
A estrada do Céu é sem limite,
para quem busca
Contemplar o azul celeste
Dos olhos de Deus!
Nas quimeras e utopias,
(Re)nasci do ventre da poesia
De tantas meta_morfoses
Que sofri,
Nem sei de quantas parte
Refiz-me!
Sob a áspera e solitária crisálida!
Troquei as vestes d’alma.
Despertei-me!
Bela
Borboleta
Ou seria letras aladas?
Frágil, efêmera
sofro cálido,
Alarde lírico da natureza,
Botão fluído.
Desmancho-me ao vento
E no tempo certo,
Sigo meu (des)curso.
*
Nasci de um poema e coisas inexplicáveis
Uma poesia insone,
vem me espiar pela janela do meu quarto…
Ressoar ao pé do ouvido
Acariciar os meus cabelos
Desnudar-me!
exponhe o meu íntimo
Sinto latejar e incendiar um verso-insolente,
aqui dentro do peito
(….)
Como um poeta-andarilho
Um monge resignado
“No meu ofício de curador das palavras”
Mero fragmento disperso
Poeira atômica
Viajante do Uni_verso
Sorrateira, astuta
Ora poeta
Ora escritor
Outra hora leitor
Amante das letras!
Meus olhos estão sedentos
Por versos, entre-versos
Escrevo essa existência passageira
Tenho em mim alma de poema
inacabado…
Costumo brincar com as palavras
que saltitam pelo papel,
Ganham vida,
Embalam-se em balanços de versos
E de pique-esconde procuram as letras
(….)
Sou apreciador das incertezas
Apanhador de desperdícios
Admirador das coisas inúteis
Tenho certeza que nem tudo sei
Sou tudo, sou nada
Dentro do nada
Há um campo fértil
Talvez não tenha todas as respostas
E isso explica!
O resto das coisas incompreensíveis
que busco entender
(…)
A poesia é tudo aquilo que podemos sonhar;
Quisera ir além dos d’alma,
contemplar a beleza das palavras
Hei de achar o meu lugar,
Nestes céus azuis
há mais mistérios para explorar;
Busco por essa estrada insone
o meu lugar nas estrelas
(….)
Por isso ouso ser poeta
por entre as páginas da poesia
A palavra acaricia, cura,
acalma e salvaguarda
Cubra-me à noite
Me conta histórias.
Os dias, as horas passam
passo a passo
a mente se desfaz,
lentamente
Não envelhecerei,
“Do poema nasci”
e numa folha de papel,
descansarei eterna_mente
os meus versos.