Quatro poemas de Lucas Andrade
Lucas Andrade nasceu na cidade do Rio de Janeiro – onde vive atualmente, mas viveu uma boa parte da sua vida na cidade de Rio das Ostras, também no estado do Rio de Janeiro. Estuda Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Estácio de Sá e já trabalhou onde sua capacidade permitiu. Escreve poemas por prazer e um impulso maior que si, além de análises cinematográficas no Platô-Forma (facebook).
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I
11 dias e 11 noites
para te esquecer
não, minto:
11 vidas e 11 mortes
para te lembrar
– assim eu digo –
espanto
estrondo
espirros
da maré mais
molhada
defronte
(teus pés beijando
a espuma do mar)
Oh, moça linda!
fúrias tempestades carícias
diurnas e noturnas
me receberam
dia
após
dia
(pêndulo-vertigem)
– toda aurora
é desejo de sonhar.
*
II
nada te esquece
o mundo, amor
somente (nos) aquece.
mais e mais
apesar do vento
apesar das chuvas repentinas
apesar dos casacos coloridos
apesar dos versos
– ora falhos, ora fartos
sempre precários.
tentati’vã!
essa: alcançar
nenhum coração
senão o seu,
o meu.
*
III
despido de margens
balbucio fronteiras
pega fogo, Babilônia!
dias estouram
perto
da face muscular –
tecido bruto, limalhas
pensando o sol atrás
das nuvens que sonha
poente.
dunas, montanhas & trilhas
acumulam nossos traumas
– que gotejam e latejam
nas alturas.
*
IV
olhos ternos
amanhecem
dos colapsos,
irrigados na
queda tão
brusca.
tuas mãos vagarosas
domaram minha fúria
além-nós.