Seis poemas de Henrique Duarte Neto
Henrique Duarte Neto é catarinense, 47 anos, funcionário público e doutor em Literatura pela UFSC. Possui oito livros publicados, sendo cinco de crítica literária e três de poesia, o último deles, Provocações 26, saído pela Editora Kotter, de Curitiba, em 2019.
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Poética I
É principalmente no passado que encontro minha senda, minha vereda, meu caminho. E se desprezo em parte a via larga do presente, não é por moda, vanidade ou exotismo. Mas pelo fato de que falta ainda explorar um grande e relevante veio: o da poesia nostálgica.
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Soneto neorromântico
São todos meus irmãos:
Álvares, Casimiro, Fagundes, Junqueira.
E se não sou tísico no corpo,
Sou tísico na alma e no poema.
Vossas dores, tão emocionalmente
Esparramadas pelas páginas dos livros,
E pela psique de jovens como eu,
Conquistou uma plêiade de admiradores.
Nas horas tristes, de calamidades,
Lembro que vós todos partiram cedo,
E eu, já um maduro senhor, permaneço.
Porém, permaneço trazendo o mesmo espírito,
Aquele espírito agônico mas jovial de outrora,
Pleno também de arroubos e de deslumbramentos.
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Os estereótipos
Ah, os estereótipos: como os odeio!
E como são injustos na sua simplificação,
Na sua simplificação da verdade.
Eles possuem um quê de meia-verdade,
E, portanto, potencializam o malogro,
O embuste no seu âmbito e trajetória.
Pudessem todos os clichês cair por terra,
Todas as platitudes serem apagadas,
E a poesia poderia ter um recomeço.
Um recomeço em que se revalorizaria
O que de excelente se fez no passado,
E enaltecido o que de original se faz hoje.
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Um possível diálogo entre Schopenhauer e Nietzsche à luz de suas obras
– A vida é uma tragicomédia, sempre possui o mesmo enredo farsesco e infeliz.
– A vida é inclassificável e, por isso mesmo, possuidora de um enredo autêntico.
– Tudo me leva, pelo mal e sofrimento que engendra, a abominar a existência.
– Não podendo ser valorada, pois é fonte de todos os valores, só posso exaltar a existência.
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Sobre a verdade – Pressupostos céticos
– “Não existe nenhuma verdade!”, afirmou o cético radical.
– “A única verdade é que não existe nenhuma verdade!”, completou o cético menos radical.
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A Morte (Solilóquio)
– A Morte é fim?
– Ela é passagem?
– Recomeço?
– Só pode ser perplexidade!
Roberto Monteiro
Ai… ai… ai… SINCERAMENTE, PRECISA DE DOUTORADO???
MAS TÁ VALENDO… FAZER PARTE DA TEIA É O QUE IMPORTA…
DESPEITO??? TALVEZ… QUEM QUISER CONFERIR, É SÓ IR NA TREMA COMUNIDADE LITERÁRIA… POR LÁ TENHO UNS ESCRITOS…