Sete poemas de Bárbara Santos
Meu nome é Bárbara Santos, natural de São Paulo, 22 anos, atuando em tecnologia desde 2017. Poetiza desde os meus 9 anos. Sapatão e preta com orgulho. Líder da comunidade PerifaRH, apaixonada pela arte, pois ela liberta.
Naquele Quarto
Caiu a noite
Como a chuva cai em deleite
Caiu a noite
Como em teus braços me entreguei rente
Caiu a noite
Como sorri para você aquele dia
Mal sabia eu que seria
A facada que me faria
Acreditar que em você eu não poderia
Me assegurar
Caiu a noite
Eu cai também
Me deixei ir, por algo que não me fez bem
Caiu a noite
Em meu leito sangrando
Caiu a noite
Eu cai com isso também
Caiu a noite
De um lado meu abrigo
Do outro lado
Vejo me pelo espelho
de meu quarto
Continuo sangrando
Caiu a noite
De um lado eu vejo
Meu corpo sob o espelho
Que meus próprios braços me jogou
Caiu a noite
E só sobrou eu e você, meu amado ódio!
O Vento
Ventos, batendo nas árvores
As árvores sem ter o seu caimento
Olhares vazios ao redor
Vento, vento, vento!
O sopro dos animais
Que soam como uma onda
O abraço dos passáros
Que ressoam ao
Vento, vento, vento!
A fumaça que exala
O cheiro das queimadas
O vento trás para nós
Ouviram o uivo?
Esse era o tão temido
Que com a queimada
junto com a Fauna e a Flora
Tornaram-se apenas parte
Do ódio ao sentir
O Vento, vento, vento!
O Banho
Banho de ouro
Banho de loja
Banho de espumas
Banho hora por hora
Banho na rua
Banho na escola
Banho no restaurante
Banho hora por hora
Banho em amigos
Banho em casa
Banho em família
Banho em nada
Banho por banhar
Banho por precisar
Banho pela necessidade de me enturmar
Banho para esconder, todo o sofrimento
e o ódio que eu tenho de você
Banho minhas partes
Banho toda a minha alma
Banho por tudo
Banho para tentar tirar
Do meu corpo,
Todos os vestígios
Que o mundo gruda em mim
Não basta o capitalismo,
Não basta a luxuria
Muito menos a dor que eu sinto
Me banho para poder
Externar o meu ódio, sem precisar
Matar você!
Banho, banho, banho!
Amantes
Como é lindo
O acordar ao seu lado
Nem tanto como acordar ao seu
Diz para um, diz para outro
Amantes de uma ou duas noites por
mês
Como é feliz estar com você
Reforça a mensagem
Duas míseras vezes no mês
Amante, sonhador, apenas
duas vezes ao mês
De que adianta
Essa vontade de te ter
A profissão
Tri trim trim
acordo, abro meus olhos
C A N S A Ç O
Volto para casa
Olho o relógio
Mal fecho meus olhos
e está na hora de acordar.
Trim trim trim
Felicidade
Feliz, feliz
Estamos! estamos?
Como não estar?
Em um lugar mágico assim
Rosas representando mortes
Ah.. os Jasmins, como enxurradas
de fake news espelhadas
Para vangloriar
Uma latrina presidencial
Nossa fauna e flora devastadas,
por inutilidade da latrina que foi designada ao
poder
Recado
Sinta o quanto e o que puder
Sinta, tenha medo e sinta ódio
Não deixe te usarem
Sinta o ódio que puderem
Seja odiado, para serem lembrados
Propague sua voz
Sinta o ódio
Não deixe