Três poemas de Oscar Calixto
Oscar Calixto é autor do Blog Dois Pernods e com 20 anos de experiência no mercado das artes cênicas, Oscar Calixto tem um romance, livro de contos e de poesias publicados e já transitou pelas mais diversas áreas do teatro, do cinema e da literatura. Ator, produtor, diretor e escritor, Oscar iniciou sua carreira profissional como ator no Grupo Divulgação (MG). Em 2001/2002. Formado pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), segue atuante também nos campos da dramaturgia e direção teatral. Como diretor, foi responsável pela montagem de onze espetáculos teatrais. No cinema participou como ator de algumas produções internacionais, dentre elas, Proyecto 150 – Uma produção Argentina do Diretor Frandu Almeida e Poliamore – Produção México / Brasil / Argentina do Diretor Rodrigo Rueda. Em 2010 foi responsável pela montagem do espetáculo Anjos, Uma Espécie de Razão Não Comentada, unindo teatro, artes plásticas e literatura, junto a Cia Boca em Cena; Integrou o elenco de A História do Soldado de Stravinsky e Ramuz com Direção de Luiz Duarte, foi indicado ao prêmio de melhor ator no Festival Internacional de Cinema de São Paulo e integrou o elenco do longa metragem O Abajour, com direção de Marcoz Gomez. Em 2014 antagonizou o telefilme O Endemoniado de Gerasa (TV Record) e em 2017 atuou como o vilão Carlos Barbosa na novela Rock Story (TV Globo). Em novembro de 2011 tornou-se membro da APALCA – Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes após a publicação e efeito de vendas do livro Sobre Homens e Abismos.
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Para achar que a vida é boa!
É neste pequeno espaço
entre o vago e o silencioso que me encontro.
É nesta ínfima gota d’água que pinga e respinga
molhando veementemente minha alma que me faço ponto.
Eu desejo,
E ensejo,
A mais pura, expressiva e etérea verdade
Sobre tudo aquilo que está na face
Desse nosso mundo Shakespeareano.
É neste pequeno espaço que me faço mundano.
Sou promíscuo, sou devasso, sou insano;
Sou omisso, sou nefasto, sou profano.
E quantas vezes tive que ser este ser sem graça?
Um ser que se apavora
e adoece
e adormece
e enriquece
e empobrece
e engole
o que é pra se pôr pra fora!
Empresto o meu vago, o meu mudo e silencioso ser
Para ser outras pessoas.
Empresto tudo aquilo que observo
E tudo aquilo que serve, de mim, para criar outras pessoas.
Alugo-me para sonhar
e para achar que a vida é boa!
*
Juramento
Juro-te sempre ser sincero com o meu sentimento;
Juro não magoar-te nem deixar-te nunca ao acaso,
Sofrendo desesperadamente só em seu lamento;
Juro-te sempre ser verdadeiro e nunca muito raso.
Porque este é o sentido da verdade de amar e viver,
Cujo sentimento mais profundo hoje me faz crer
Que a verdade contida no meu sonho de tranquilo ser
É simplesmente amar como gostaria de amado ser.
Juro-te tudo que for preciso jurar nessa vida.
Juro-te com tudo que há de puro em todo o meu dizer.
E nesse meu jurar não terá qualquer forma inibida.
Posto que a coisa mais honesta e digna de todo o meu ser
É justamente essa minha transparência descabida,
Que justifica, na vida, todo o amor que tenho por você.
*
Entre as notas do piano
Busco,
Entre as notas do piano,
Criar um acorde que, se não me engano,
Fará lembrar nosso amor este ano.
Uma música que seja forte, mas que seja romântica.
A bem da verdade que ela seja quântica.
Para dizer, através do som produzido,
Quem nem sempre é fácil ser seduzido.
Que seja então a música como o poema,
De preferência, igual àqueles que não tenham métrica.
Pois sem métrica é o sabor da vida de quem ama.
E quem ama não se engana:
O amor não tem um pingo de ética!
Ele chega, se acomoda e não informa
Por quanto tempo permanece.
E até se esquece
De dizer que pode ir embora,
Enquanto a gente fica fora de forma
E passando os dias a gente se engana.
Mas o amor tem seus motivos:
É sempre eclético e aparece em várias formas.
O amor é um ser elucidativo!
Porém, é inútil dizer que nem sempre ele é cativo
Pois quem se apaixona não se engana:
Apenas ama e ama.