Um poema de Juliana Brito
Juliana Brito. Graduada em História pela UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Professora da rede pública de ensino da Bahia por 17 anos.
Atualmente coordena o Clube do Livro Um Dedin de Prosa e Poesia
Colabora com o site Crônicas de Categoria.
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Súplica
Alguém aí me serve uma dose de amor
Pode ser pequena,
Suficiente para tocar os meus sentidos
Para que eu esqueça,
Que uma dose pequena de amor,
Não é suficiente
Estou tremendo e suando frio,
Faz dias que ninguém me serve nada
Por favor, deixe ao menos que eu dê um gole
No copo do rapaz do outro lado do balcão
Não tenho como pagar
Estou gasta, lisa, sem recursos
Não tenho servido para nada
Me deixe cheirar a taça da moça ali, que está sorrindo
Depois eu lavo os copos, limpo o chão,
Jogo fora as garrafas vazias de que outros se serviram
Se preferir,
Sirva-me em doses sem amor
Por favor, não demore
Estarei esperando, caída,
Na sarjeta da esquina.