Um poema de Rafael Tahan
Rafael Tahan (1989) nasceu em São Paulo. Formou-se em Letras na Universidade de São Paulo (USP), onde atualmente estuda poesia contemporânea no mestrado. Publicou Diálogo (2015, Editora Scortecci). O poemas abaixo faz parte de um complexo poético desenvolvido em cinco livros – ainda no prelo.
***
Waiting for the red sign
A Matheus Guménin
Abraão gerou Isaque,
Isaque gerou Jacó,
Jacó gerou Judá e seus irmãos,
Judá gerou Perez e Zera, de Tamar;
Perez gerou Esrom;
Esrom gerou Arão.
Arão gerou Aminadabe;
Aminadabe gerou Naassom;
Naassom gerou Salmom,
Salmom gerou Boaz, de Raabe,
Boaz gerou Obede, de Rute;
Obede gerou a Jessé.
Jessé gerou o rei Davi,
Davi gerou a Salomão, daquela que foi mulher de Urias;
Salomão gerou Roboão;
Roboão gerou Abias;
Abias gerou Asa,
Asa gerou Josafá;
Josafá gerou Jorão;
Jorão gerou Uzias;
Uzias gerou Jotão;
Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;
Ezequias gerou Manassés;
Manassés gerou Amom;
Amom gerou Josias;
Josias gerou Jeconias e a seus irmãos por ocasião do exílio na Babilônia.
Depois
do exílio
na Babilônia,
Jeconias gerou Salatiel;
Salatiel gerou Zorobabel;
Zorobabel gerou Abiúde;
Abiúde gerou Eliaquim,
e Eliaquim gerou Azor;
Azor gerou Sadoque;
Sadoque gerou Aquim;
Aquim gerou Eliúde,
Eliúde gerou Eleazar;
Eleazar gerou Matã,
Matã gerou Jacó;
Jacó gerou José,
marido
de
Maria
é cedo
as aves ainda descansam sob
o leito de terra
túmida terra
recém-plantada
cinza-candente
a uma distância segura dos astros
de onde
Deus, assim, proferiria:
Percebo dos cristãos que (re)conheço, não a alegria e nem tranquilidade, mas algum tipo de conforto no fundo das coisas: o horror e a beleza, a violência e a paz, tudo esta(ria) nos planos de deus, sob controle, nada fora do lugar (?).
Quatorze de quatorze de quatorze
Ele não é santo
Quem
Deus
Ele esperou
a última gota
do sangue de cristo
tocar a
terra.