Um poema-experimento de Caio Augusto Ribeiro
Caio Augusto Ribeiro é ator e diretor inscrito pelo DRT 0000651\MT. Começou os trabalhos como ator em 2009. Autor dos livros Porão da Alma (clube de autores), Colecionador De Tempestades (Carlini & Caniato) e Manifesto da Manifesta (Carlini & Caniato), diretor do curta-metragem Réquiem Para Flores (2017). Fundador do coletivo de artes hibridas Coma A Fronteira. Atualmente desenvolve trabalhos levando poesia e processos criativos para as escolas e faculdades. Realiza oficinas voltadas para produção poética, arte urbana e teatro. Mas, no fundo, prefere passar o dia no jardim, olhando folhas e formigas.
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Sólidos aforismos: estudos sobre solidão:
I.
O círculo completa a solidão
II.
Partir a solidão no meio
Dar as duas metades
Suas solitárias companhias
Dar a suas companhias
duas solitárias metades
III.
O gosto sólido
de esqueleto
de nuvem
jovem
linda e só/lida
Solidão
IV.
Solidão-te
Solidoam
V.
A materialidade
sem peso
deste apanhado de faltas/falhas
doa uma fome de
lados
Fuzilados:
esses vagos espaços
que ninguém com/segue
preencher.
VI.
Nossa solidão
nos une como sombra
mas não melhora em nada
a nossa falta de companhia.
VII.
A solidão dobra o tempo
e o quebra no contorno de uma
Sórdida sede
de sentir e ver
os vastos vícios
de quem tenta dormir.
VIII.
POEMA CENSURADO
IX.
Solidão oceânica
que traz uma
constante falta de
sede.
– é preciso beber até o sal dos dedos.
X.
Uma área vazia
hospeda sempre
a possibilidade de coisas
Uma área cheia
hospeda sempre
a solidão das coisas.
XI.
Só lida solidão:
Vasto espaço
raso e
sem alguém:
rasgue-se
em cem.
XII.
Pesa
essa lentidão –
o lábio tenta beijar o horizonte
a boca,
não.
mauricio
NO CENTRO SUL DO CERNE! amei tudooo