Cinco poemas de Isabela Volpi Rodrigues
Isabela Volpi Rodrigues é estudante de jornalismo e escreve desde novembro de 2017 no @continuemos_ no Instagram.
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Somos feitos de emoções
Somos instantes querendo ficar uma vida
Somos moléculas agitadas a agilizar o tempo
Somos corações partidos, pensamentos esquecidos
Somos um turbilhão de indignações imóveis
Somos tristeza escondida, solidão proibida
Somos tudo e não somos nada
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Feio é não aproveitar a vida
A vida não é um concurso de beleza, mas vou dizer aqui que feio é não aproveitar a vida.
Feio é deixar de fazer algo que você gosta porque outra pessoa não gosta.
Feio é não ser você, por medo do que as pessoas vão pensar.
Feio é não ser espontâneo.
Feio é não dar gargalhadas até a barriga doer.
Feio é não viver o momento por inteiro porque alguém te impede.
Feio é errar é não aprender com o erro.
Feio é deixar de chorar porque está triste.
Feio é se sentir menos, perto de qualquer pessoa.
Feio é não ser autêntico.
Feio é não viver intensamente.
Feio é não aproveitar a vida.
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Tentativa
Cada sílaba é uma crítica
Cada ato é um desmerecer
Todo fala é um abismo
Pra quem só não quer aborrecer
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Vontade
É sede que não cessa. É alma que não aquieta.
É coração que não para de pulsar.
É aquilo que nos faz querer mudar tudo a nossa volta.
É o que nos move a ser alguém diferente, o que nos une às pessoas.
É coragem para fazer algo incrível.
É o querer nunca mais parar de se reinventar.
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Prisão
Não precisa ter grades para se sentir encurralado
É um espaço com fim, mas não sei do começo
Não precisa ter cometido algum crime
O crime aqui é ser você mesmo
Não precisa ser suja
Sujo é o sujeito
Não precisa concordar
Aqui tem que ter respeito
Não precisa ficar o tempo inteiro nela
Mas se sair, alguém vai te pegar de jeito.