Cinco poemas de Meiriely Barbosa
Sou slammer, pedagoga e mãe solo. Precoce de tudo, comecei a escrever com 09 anos, tive uma longa pausa e retornei em 2020, aonde conheci o slam e me apaixonei. Hoje carrego a poesia como uma extensão de minha alma.
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Eu fumo as linhas
Eu trago as poesias
Evaporo as rimas,
Junto com a fumaça de um cigarro,
Com a beleza das flores
Eu te trago,
Num trago de um verso
E nem me espanto com a sutileza do universo
*
“Bandido bom é bandido morto”
“Menos um vagabundo no mundo”
É isso o que vocês dizem…
Aplaudem genocidas
Amam o massacre
Os pró vidas que comemoram mortes
Que bela hipocrisia não?
Se pra vocês bandidos não merecem viver
Por que aqueles que estão no Planalto permanecem de pé?
*
Eu me entreguei
A ponto de querer transbordar seu copo
Mesmo q isso significasse ficar vazia
E esse foi o meu maior erro
Doar tudo de mim
Pra quem não tinha o que dar nem pra si mesmo
*
Lembrar faz doer
Doer faz chorar
Chorar faz sangrar
E nisso tudo
Ou tão pouco
Eu tento descobrir
Pra onde foi você?
*
Uma memória
Desperta gatilhos
Bons ou ruins
E elas
Me fazem chorar
Me fazem sangrar
Me fazem querer gritar
Mas ainda me fazem desejar você de volta