Cinco poemas de Ricardo Lara
Ricardo Lara carrega no peito tatuado a imensidão poética em que vive. Tenta escrever sobre sentimentos e distribui como cartas de amor. Às vezes trabalha como publicitário e, em outros momentos, é só um estudante de serviço social.
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SORTE
O seu olhar me prendeu
Segui sabendo que gostava
Das cores que trazia
Das coisas que carregava
Tomou conta de mim
De repente o gostar acontecia
Num descomum tudo crescia
O amor em mim por fim surgia
Tudo isso aconteceu
Cresceu até poder tocar
E eu florescido de paixão
Pude, então, me entregar
No fim de tanta luta
Amor espero te ter as muitas
É o que a gente quer
Que isso aconteça
Mas quando é destino escrito
A gente ama de inteiriço
Se entrega sem correr riscos
Não é de mal algum tudo isso
Ter amor é merecer
É sorte divina
*
CASAS
Tem casa que é feita de um quarto só
Tem casa feita de madeira simples e cheia de amor
Tem casa que guarda flores e animais
Tem casa feita em árvore igual do João de Barro
Tem casa que a gente chama de pai e mãe ou só mãe ou pai e pai e tanto faz
Tem casa feita do seu abraço que eu chamo de minha
Lá cabe eu, meu sorriso e um coração acelerado.
Toda vez que adentro a esta casa é uma tranquilidade que invade.
É um sopro de alegria e calma.
Já entrei chorando, já entrei sorrindo, até mesmo gritando de raiva. Mas nada disso importa. Porque quando saio, sei que ela vai estar lá pra quando eu voltar.
*
CALMA
Sente-se
Respire
Respire
Respire
Medite
Entregue-se
Flutue
[Viaje]
Perdoe-se
Encontre-se
Volte
Flutue
Respire
Respire
Respire
Sinta tudo a sua volta
Abra os olhos
Sorria
Com o corpo
Com a alma
Com a mente
Sorria
*
CORES
Eu vejo cores
Cores que não sei o nome
Cores que pintam o céu
Cores que refletem alegria
Nem cores de Almodóvar
Nem cores de Frida Kahlo
Nem cores de Picasso
Eu vejo cores
Cores do seu sorriso
Cores dos seus olhos
Cores da sua pele
Não são cores vistas a olho nu
Não são cores pra qualquer um
Não são só cores
São cores da sua poesia
*
BREVE CALMA
É com calma que eu pretendo seguir
É com a alma que eu pretendo sorrir
E com a calma que estou pretendo me despir
E com a alma vagando por aí pretendo dormir
Precisei ouvir de todos os lados que a calmaria vem de dentro
Furando o peito alma deixando a mente vazia
O corpo leve e tudo a nossa volta breve
Tem luz em tudo quando se tem alma
Imagina calma
Vira uma imensidão só
Nós somos breves
Alline
Encheu meu coração ❤