Redenção – Parte 1
Ela se sente sozinha nessa cidade tão grande e ao mesmo tempo tão pequena de alma. Todos aqui simplesmente sobrevivem de alguma forma, ninguém parece ter o interesse de viver realmente. Fogem uns dos outros e de si mesmos; todos
Ela se sente sozinha nessa cidade tão grande e ao mesmo tempo tão pequena de alma. Todos aqui simplesmente sobrevivem de alguma forma, ninguém parece ter o interesse de viver realmente. Fogem uns dos outros e de si mesmos; todos
É bem verdade que ando meio perdida por esse canto da cidade e já me acostumei com a falta de um sorriso sincero nessas noites tão iguais. Talvez eu tenha perdido a fé ou algo tenha morrido dentro de mim.
Sentir é como andar sobre uma corda bamba em um precipício, a chegada eminente da morte te mantém viva, cada passo pode levar ao chão. Suas pernas tremem a respiração antes compassada agora é curta e pesada. É o medo
Seis da manhã Sentada na beirada da cama ela observa a textura que a mistura da neblina espessa com a luz do nascer do sol produz, a cidade parece acordar lentamente enquanto sua mente acelerada a impede de dormir. Seu corpo
Tic Tac São duas da manhã compulsão, nervosismo, pulso acelerado, cigarro meio tragado. Fala ao telefone com uma voz bêbada, era sua quinta dose de uísque, era sua décima noite sem dormir. Em mais um bar qualquer, já sem memória de que
Meu corpo, que toco, sinto aceito. Aquele que é julgado, analisado, catalogado: gorda, magra gostosa, sem graça. Que tem o valor do tamanho da roupa que veste. O corpo, explorado, hipersexualizado, descartado. Nenhum corpo é objeto social, não pertence a ninguém, a não ser a alma que o habita. Respeite o corpo, o meu corpo, de mulher, que carrega meus fardos
São quatro da manhã, jogada no sofá recapitula todos os momentos vividos a dois, lembra até hoje do primeiro beijo no coleguinha de quinta série e de como ficou ruborizada quando percebeu que toda a sala assistia a cena no
Eu nunca chamaria nosso caso de amor, até porque ela nunca deixaria, mas também não sei onde mais encaixar tudo isso e que me perdoe pelo medo que causo toda vez que sugiro algo parecido. É que só o amor
Amar é um ato político por Talita Martinuci
O dia nem acabou e a vontade dela já é de se enfiar no quarto e dormir pela maior quantidade de tempo possível. Estar acordada é um pesadelo recorrente que lhe persegue e ela não vê a hora desse terror