Três poemas de Lana Schroden
Lana Schroden tem 16 anos. É estudante do ensino médio.
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Ondas mescladas atravessam pela mente
Cada dia menos, cada dia mais, transparente
Dois sussurros em verde eloquente
Um grito em amarelo intermitente
O silêncio experiente
Os devaneios de cada rebeldia convincente
Nó Babélico de pensar dissimuladamente claro
Inocente, audacioso
Ausente, encontrado
Tolo, sábio
A cada letra mais frágil, empunhar desastroso de cada traço
Que abre um caminho
– Nó Babélico
*
Som batente e predileções de Outono
Descarregadas nas folhas presas às lápides do trono
No jardim encanta-se a aurora no desenhar do corpo da estação
E a tempestade desencontra os termos de seus olhos perdidos em uma insana visão
O brilhar da coroa vislumbra os pesares da noite
E com ventanias espessas arrebenta as sombras do uivar de um coiote
No cume da torre, vê-se do alto a linha tênue da alvorada
Buscando a lábia intrínseca à deixar a pétala enfeitiçada
– Do anoitecer a alvorada
*
Minha obra Machadiana é deleite de Bukowski
Com meu respirar ébrio a dama se encanta e o tolo se envolve
Partido da premissa do romantismo cego
Exubera o meu amar-te e o afoga no meu ego
As palavras brutas do meu lírico atrevido
Estremecem o soar do questionável dualismo
Pintado na tela com um vermelho sinuoso
De pincelada pálida e fundo nebuloso
Traços em deslize revelam um corpo
Perseguido e abrasado pela ânsia do fogo
Em minha contemplação arde o ver de olhos ansiosos
Nem Machado, nem Bukowski me previram amores tão pretensiosos
– Romantismo