Quatro poemas de Bruno Ramalho
Bruno Ramalho (Rio de Janeiro, 1978) escreveu A penúltima coisa que se faz (ed. do autor, 1999), Do amor deveras e das quimeras (Emooby, 2011) e livra-me, poesia (Scortecci, 2019), e agora lança uns amores bemóis (Patuá, 2021). Tem poemas publicados nas revistas Ruído Manifesto, Mallarmargens, Toró, Mirada, Gueto e Cult (online). Mantém o perfil @brunoramalhopoesia no Instagram e no Facebook, e @BrunoPoesia no Twitter. É médico em Brasília, Distrito Federal, e trompetista amador.
Os quatros poemas abaixo integram uns amores bemóis (pré-venda).
***
se a poesia só existe
quando alguém a lê,
quem é, de fato, o poeta:
eu ou você?
*
quero escrever o verso
que ainda não
me passou pela cabeça.
o lugar da poesia é esse,
onde ela sobra
antes que aconteça.
*
ao ódio sustenido,
contraponho amores bemóis.
*
quem manda engolir o choro
esqueceu o gosto da lágrima.