Quatro poemas de Dairan Lima
Dairan da Silva Lima é natural de Dueré-To, Veio para Goiânia em 1977, com 17 anos. Mais tarde, ingressou na Universidade Federal de Goiás, onde fez curso de Letras, publicava num boletim do CA e sempre havia polêmica devido, muitas vezes, ao conteúdo erótico. Era muito transgressora, sempre escreveu de forma livre. Foi professora de Língua Portuguesa e Literatura, mas se considerava mais uma formadora de leitores, seu grande desafio e prazer. Recebeu diversas premiações em concursos literários em Goiás e algumas vezes em outro estado. Ama poesia, ama a vida mesmo com todas as agruras. É autora do livro Vermelho, selo Patheon, Nega Lilu Editora e tem participação na Antologia Poética As Dores de Josefa, dessa mesma editora.
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VI
O ritual do amor
são vestes jogadas ao chão
A tua olheira de prata
e um olhar inquisidor.
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VII
Deixo tua língua
rabiscar meu corpo,
recriando essa geometria.
*
VIII
Pergunta indiscreta:
– Essas asas enormes são de verdade?
Ela me olha e mente:
– Na verdade, são de plástico,
minha mãe as adaptou
quando nasci.
*
IX
– Quando for embora daqui,
quero um presente teu.
– Vou ter dar uma poesia!
– Que é isso, moça,
eu lá sou homem de poesias?