Quatro poemas de Deni Maliska
Deni Maliska. Carioca residente em Porto Alegre, muito além de ser uma escritora é também poetisa. Começou a publicar na internet seus poemas em meados de 2017 e atualmente participa do grupo de sarau Gente de Palavra, Sarau da Invencionática, Coletivo Movimento em Gravataí-RS e também do maior coletivo de poesia contemporânea do Medium Brasil que é a Fazia Poesia.
Também escreve para a Revista Subjetiva e New Order.
https://denimaliska.medium.com/
https://www.instagram.com/@denimaliska
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Vênus
Flores brancas
Para o enterro da saudade
Nas imagens eróticas
Minha sexualidade infinita
Eu encarno Vênus
E saio com meio seio esculpido
Subo no palco
Me transformo em mim
*
Fugas repetidas
Sedução dualista
Corrosiva pelo excesso de atração
Na própria origem da pulsação
Um seguindo o outro
Obsessivos no ápice
Do nosso êxtase
Chamado tesão
Entre chamas infernais sexuais
Ainda estamos aqui
Deleite que sempre volta
Provocante libidinoso
Deixa marcas entre coxas
Fissuras que possuem sede
Da tua boca sendo minha
Esse fugaz nosso
Quase ópio, talvez veneno
Então que venha
Próximo entorpecente, por favor
*
Corpo
Acordei um dia
Sentindo o toque
Pensei, era você
Calafrios, inebriaram
Me acalmaram naquele
Um segundo
No qual senti sua pele
Desciam as mãos
Até os quadris sem calcinha
E eu gemia baixinho
Com gosto de quero mais
Acordei
Decepção
Não era o meu amor
E sim o tapa-buraco
De um dia anterior
*
Estrofes imperfeitas
Eu preciso fugir
Eu preciso fugir
Eu preciso fugir
Diga
Como eu fujo dessa fugaz onda
O bate-volta do mar conforme se aguenta
Não colhe frutos
Sou o retrato falido de meus pais
A herança é simplesmente derrota de causalidade do esperma
A vida vai além de todas as flores
Germinam no outono
Mas a semente é plantada na colheita ventosa
Que então a tempestade desperte o pranto lírico!
Trovões criem a orquestra caótica
Sublime em cada nota torta