Quatro poemas de Filipe Lima
Filipe Lima, nascido no inverno de 2002, é natural de Feira de Santana, interior da Bahia. Escritor, poeta, graduando em Letras com Língua Inglesa pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e apaixonado pela literatura, Filipe sempre encontrou abrigo nas palavras. Possui a escrita como fio condutor da vida, a poesia como homeopatia, escrevendo para significar o mundo que o cerca e trazer cura às feridas de batalha. Publica suas criações nas redes sociais (@flipx.jpg) e no ano passado publicou, de forma independente, seu primeiro livro, intitulado “2002 e poemas ao vento”.
***
inner noise
vibrante frequência
constante presença
me ensurdece, quebra vidros
consome os meus ouvidos
movo-me nesta cadência
perduro a insistência
silêncio do que é visto
internos expressos ruídos.
*
encontro
há treze toques em minha pele
doze sóis e um que repele
um libertar, meu despertar
vozes dele em meu cantar
há cores deles em meu ser
incontáveis outros a viver
mais ninguém a pertencer
novos afetos do perecer
há uma multiplicidade em mim
toques dos eus para um mesmo fim
em cada canto, um recanto
em quantas vozes me encontro?
*
remissão
materializo
me tranquilizo
me dou um retiro
esqueço quem sou
enquanto respiro
entro em remissão
afago o coração
libero o sentido
vivencio
aceito o perdido
volta para casa
destruo minhas asas
enfrento a caminhada
levando topadas
amadas
me respeito
me admiro
pois
se escrevo
logo
resisto.
*
adeus
feche a porta
deixe a chuva cair
lave a minha alma
adeus, preciso ir
pois sou transitório
caos predatório
guerra sem estopim
eternidade com fim.