Quatro poemas de Gregório Camilo
Gregório Camilo. Roteirista, diretor, montador e poeta. Diretor e produtor na Catatau Filmes, na produção da série de videopoemas ’15 pedaços de Sossélla’, em homenagem aos 15 anos da morte de Sérgio Rubens Sossélla. Atualmente mora em Curitiba.
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PAIRA
silêncio no campo
e no mar silêncio
nada
nem o vento enfim
no fim todos mortos
dançaremos solo
juntos pelos mortos
ouça
o silêncio aos mortos
em silêncio eterno
LÁ MENOR
se esconde no socorro um grito aflito
não sorri e sorri um soco
um soco mutilado
flutua gritante .
o soco corre que só ri e ri
aflito um grito .
notas
quando se expande .
aflito um grito range o sol desfia
um mi .
e te .
retrai em se falar de dó a si
RITMO RURAL
pro Ivan Ferrari
“Schweigt der Menschen laute Lust:
Rauscht die Erde wie in Träumen
Wunderbar mit allen Bäumen,
Was dem Herzen kaum bewußt,
Alte Zeiten, linde Trauer,
Und es schweifen leise Schauer
Wetterleuchtend durch die Brust.”
– ‘Das Abend’, Joseph von Eichendorff
o ritmo rural
lá nos longes
se nos vela e
desde o centro
longamente
se rasteja
o ritmo rural
se habita nos
devagares
a palavra foi ao poeta e disse nada
quando o poeta cai
na água ele não nada
afunda
o poeta cai sobre o fundo
e nada
ao que a palavra diz