Três cordéis de Uan Luiz
Uan Luiz Magalhães Gomes da Silva nascido em 1990, morador da cidade de Santo Estevão, apaixonado por arte e cultura, professor de geografia, artesão, tendo seus trabalhos voltados a materiais recicláveis e escritor de versos e cordéis. Tendo algumas produções literárias publicadas em dois livros, um deles o Brasis Poéticos da professora Rita de Cássia Ribeiro.
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A essa terra eu pertenço
Minha terra tem trabalho,
Como sempre houve por lá,
Tem pessoas boas e más
Como em todos os “ôto lugar”
As pessoas são trabalhadoras
E contra isso ninguém pode falar
Mas sobre meu nordeste é assim
Todos só mal sabem “budejar”
Só que amo minha terra
Porque aqui sempre prospera
A força e a coragem
Desse povo que aqui viveras
Eu pertenço a essa esfera
De gente forte da “mizera”
Que não desisti fácil
E sempre acredita no que espera
Feira de Santana, ó cidade olhos d’água
Estou sempre contigo, vivendo e chorando suas magoas.
Mas a essa cidade eu pertenço
E aqui vou vivendo
Mostrando a todos que aqui sempre venço.
*
Viva Santo Estevão
Santo Estevão, cidade maravilhosa
Para você eu destino
Versos, rimas e prosas
Nessa cidade eu me criei
Vi as coisas acontecerem
Minha vida mudando
E grandes filhos nascerem
Filhos desse lugar, tão rico culturalmente
Nasceram músicos, nasceram poetas
e vários professores inteligentes.
Por isso meu senhor aqui é tão diferente
Atraí gente de todos os lugares
Assim bem de repente.
Para aqueles que não conhecem
Podem se aprochegar
Porque aqui sabemos acolher
Como pouco visto em outros “lugar”
E como toda cidade boa
Seu povo faz jus a fama
Temos São João e temos FLISE
Que da orgulho a quem por santo estevense se chama
E no dia de seu aniversário
Com certeza não pode faltar
Homenagens a altura
Para esse lindo lugar
E assim me despeço
Parabenizando essa cidade
Viva Santo Estevão!
E viva a nossa prosperidade
*
O preconceito contra o povo nordestino
Não entendo os brasileiros
Nessa sina do destino
Do preconceito paulistano
Com o povo nordestino
Nordestino é povo de tudo que é cor
Mas não pense que pode ser pisado meu “sinhô”
Temos um jeito diferente de viver
Mas o Sul não consegue entender
Sul e Sudeste fazem de tudo pra discriminar
Mas o nordestino consegue driblar
Povo “arretado” que há, só tende a brilhar.
Toda vez que vou ao Sul
É sempre a mesma sina
Perguntam se eu conheço Araújo
Que é de Campinas
Minha perna nem lá alcança
Nem sei se vou um dia
Porque é tão longe daqui
Como São Paulo é da Bahia.
E sem contar que nos põe apelidos
Nos chamam de ‘’cabeça chata’’
E temos que aceitar sorrindo.
Sobre nós eles não entendem nada
Acham que somos preguiçosos
E só dormimos em rede tomando uma “cachaçada”.
Comedor de acarajé? Ixiii, esse sempre escuto
Aqui parece que tem uma árvore
Que sempre dá desse fruto.
Não seja preconceituoso
Não seja um intolerante
Não se importe com a cor nem o estado do seu semelhante
Então vamos por um final
No racismo sem futuro
Do nosso povo ancestral.