Um trecho de romance de Agnaldo de Assis Nascimento
Agnaldo de Assis Nascimento é escritor e vocalista da banda Versus Mare. É autor do romance Horses (2019), contemplado pelo 1º edital de publicação de livros para estreantes, da Prefeitura de São Paulo.
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Horses
Capítulo 1 (trecho)
Porque uma colina de escombros nunca acontece duas vezes, salvo em zonas de guerra. O que não era o caso. Era por isso que Helter estava ali, de pé e no alto, costas ossudas, excesso de fúria-calma esculpindo o rosto. Ter que dar conta, dar conta disso tudo. Ter que dar cor e febre aos miolos em busca de… de quê mesmo? Ah, sim, revolver o de dentro: trastes, entulho, detritos.
Procurar aquilo que acreditava ser O Verbo.
E do alto dos seus dezessete-verões-fodidos-e-meio, acrescidos de um R.G falso, Helter sabia que arrotar os estilhaços de sua dieta adolescente (Cheetos & Heineken, desde as dez da manhã), não constituía cimento para O Verbo.
Nem atingir o topo daquele Himalaia de entulho, aço retorcido, poeira e pedrinhas deslizantes no fundo do galpão abandonado. Muito menos sentir a batida certeira de Cretin Hop impressa na nuca, enquanto arrastava colina acima, em modus ofegantis, os restos de seu pulmão.
De-fi-ni-ti-va-men-te não.
Nem sonhando que aquilo poderia ser O Verbo.
No princípio nem havia
Um.
A montanha de escombros lhe permitiu uma visão panorâmica do galpão. Buscou uma cerveja no fundo da mochila; peso ancorado ao ombro direito, coluna torta.
Se despedir do melhor amigo Raduan em meio à poeira azulada. Absurdo. Como todas aquelas ocupações artísticas espocando em prédios inóspitos e condenados. As farpas do dia dardejando luz nos buracos e vãos destelhados, tudo doendo pra caralho nos olhos, barulho, muito barulho, show de rock, adolescentes desocupados ocupando artisticamente o vazio político antes que implosões e empreendimentos imobiliários brotassem do solo. Talvez ele juntasse um pouco daquela poeira sagrada e enfiasse no bolso do jeans, o mesmo reservado aos Lucky Strikes & outras saídas de emergência.
Fazer o inventário mental dos pequenos gestos que constituem o ato de levar o cigarro à boca; quem sabe num desses gestos; quem sabe nesse jeito gorduroso de enxergar a vida, quem sabe brote daí, de repente, quem sabe, um jeito diferente de tocar a raiz d’O Verbo; quemsabequemsabequemsab… ou simplesmente: merda nenhuma; apenas distrações, é preciso fumar, completar o gesto que foi ensaiado; é meio que tarde; a velha fome se alastrou nas vigas do corpo; Kundalini eletrificada por orgasmos de nicotina,
ter um corpo animal, se abrindo em flor, cansa;
um puta trabalho;
primitivo, sim, sou inteiro… da cabeça aos pés, passando pela coluna detonada… que se há de fazer… talvez por isso a coisa não esteja fluindo bem, certamente… isso de não ter em mãos O Verbo, isso de espelhar apenas silêncios, isso de jogar fumaça de cigarro na cara dos outros quando me pedem respostas… silêncio bruto e ossudo… esse que sempre foi a minha marca no mundo… totem vigiando a tarde atormentada por pensamentos rarefeitos
e merda de pombo.
Lá embaixo, nas entranhas do galpão, uma banda punk vomitava Eternos e Surrados covers de Ramones, palco-pallet improvisado, cloacas de musgo na madeira apodrecida. Toda vez que alguém tentava dançar lá embaixo, um cobertor de poeira subia, libertando pesadelos de coriza. Sujeira colada na pele do ar.
Hum,
a ironia que há nisso: subir montanhas em busca do que dizer ao invés do que calar; um sábio às avessas de All Star furado e pulmão fodido; tudo isso por causa duma despedida que vai meio que exigir todo o meu cimento de Verbo; é por isso que venho pintando os meus miolos com cores febris, sim, eu tô tentando encontrar o que dizer pro Raduan antes que ele parta; e pelo cheiro profético, pelo baixo paganismo que marca a nossa amizade,
eu sei,
sinto,
fungo
que ele logo vai se materializar aqui, bem diante da minha fuça marcada por acne, sol em declínio, navalha embaixo da língua, sim, esse parece ser o ponto mais alto da implosão do dia;
é sempre um rastro de incêndio o que paira no ar da nossa amizade, basta rememorar, retroceder ao primeiro dia:
guimba de cigarro mal apagada, a lata de lixo da escola, fumaça, estalos, labaredas no teto, copinhos descartáveis retorcidos, resto de refrigerante pós-intervalo borbulhando, o mascote esdrúxulo do salgadinho Fofura com metade da cara carbonizada; nas janelas das salas de aula uma cascata de aplausos papel-picava gritos antes que professores batessem réguas na mesa, uma ordem impossível, caneta dourada da diretora Sandra, um quadro de Nossa Senhora de Aparecida atrás da cadeira dela, fitinhas coloridas no porta-canetas, Helter, eu entendo que você esteja passando por um período difícil por conta da morte da sua mãe;
ela e a mãe: inseparáveis, estudantis; flertaram juntas com o meu pai na adolescência, se odiaram juntas; açucarar a rivalidade, coisa delas (todas?); o meu velho pegando a discórdia no ar:
comia, casava, comia, casava,
as pétalas meio que chegando ao fim,
comia, casava, comia…
Sandra-comida-e-não-casada assinando a suspensão, caneta dourada, praxe-vingança;
você tem os olhos da sua mãe, comentário por trás dos óculos de oncinha, ela deve estar muito triste com você, onde estiver;
a mãe, sete palmos de terra, nunca vai poder reclamar as merdas que eu;
caneta dourada suspensa no ar, assinatura interrompida, cara de horror, não seja insolente, menino, ou te expulso de uma vez; os passos pra fora da sala da diretora, o papel encanudado da suspensão, um diploma de incendiário, há distinções e distinções, parece;
dei de cara, pela primeira vez, com o Raduan, testa-vermelho-pegajosa, alguns hematomas no lado esquerdo daquilo que ele chamava de cara, um fedor de briga e sol e lama orbitando ele todo,
primeiros sinais de terra e primeiros tons de deboche; ó o incendiário, zombou o Raduan, colarinho coberto de suor e surra; a voz aguda de Sandra trincando nossos ouvidos, um nome cheio de arabescos, o dele, sendo gritado de dentro da gruta-sala dela,
daquele dia em diante tudo ficou mais claro; a diferença entre nossas insignificantes existências é que eu meio que só provoquei um pseudo-incêndio de lata de lixo; já o Raduan, é todo prestes a.
Helter avistou Mikael se aproximando morro acima. Também vinha se despedir do Raduan; lançou a tralha pesada do corpo por cima duma prancha de madeira que deve ter sido a escrivaninha de alguma secretária chamada Arlete.
Aranhas de sol e sombra brincavam na ferrugem-cara do Mikael.
Um anel de latinha de cerveja se perdeu no meio do entulho.
Helter deu as costas para a visão etérea do garoto e olhou pra baixo.
O sol, agora uma gargalhada fria.
Fábrica-arqueológica. Suor anterior. Pais, tios e irmãos mais velhos, de todos os bairros. Paredes engorduradas. O suor que eles.
Não é tinta isso que você arranca com as unhas, filho.
O peso da mochila fez com que Helter a deslizasse do ombro até o chão.
O negócio é botar os dois pés dentro da barcaça da tarde, engolir essa banda-cover-de-abertura, esse one-two-three-four insosso; mais tarde, se não houver a intervenção (nada artística) dos porcos fardados, vão rolar dois shows históricos.
Helter viu que os integrantes iguepopeanos da “Maria Não Vai Com As Outras” e os performers pró-zapatistas da “Marcos É Gay Em San Francisco” já circulavam lá embaixo, em meio ao purê de teenage angst. Riu daquela moda de batizar bandas com nome de gente fazendo algo-que-soasse-descolado-e/ou-revolucionário.
Etcetera.
Acendeu um Lucky Strike de filtro vermelho. Teve que formar uma espécie de abrigo côncavo com o corpo e com as costas ossudas das mãos. O vento faminto de outono sempre tentava abocanhar a chama dos isqueiros. O Mikael-ferrugem sentado, parecendo um urso búdico numa tentativa suada de posição de lótus. Por trás e acima dos ombros dele, letreiro apagado do motel no terreno vizinho, vibração em vermelho alcaçuz. Helter esmagou uma bituca contra a tábua partida no chão. Ficou pensando que dava pra pular do topo de escombros até a cobertura do motel, ficar embaixo do letreiro, ser banhado pelo neon, essas coisas. Aquilo sim seria a paz. Não ter que pensar o Verbo.
Ele vem mesmo?
Quem?
O Raduan!
Já, já. Acontece que o cara sempre atrasa. Você acabou com o pacote de Ruffles todo, Mikael?
Sim, mas isso já faz duas cervejas e meia.
Por falar nisso, toma mais uma. Elas estão meio que esquentando aqui dentro da mochila.
Não (careta). Mais um gole e eu morro afogado (arroto).
Hum. E como anda essa sua preocupaçãozinha excessiva com dona morte?
Na mesma.
Será que é a praxe? Eu, na mesma idade…
Deve ser… mas o pior é isso de ter que pensar num futuro…
Deus do céu, lá vem você!
Eu? Indo pra onde?
Pra cima de mim com esse papo pessimista.
Mas eu não dei nem um passo na tua direção.
Eu disse lá vem você, mas não no sentido deslocativo-espacial, idiota.
Ah, esquece…
Você não disse que não aguentava mais nem um gole?
Mano, uma cerveja é uma cerveja.
Que se há de fazer…
O negócio é sentar aqui e esperar, além de rezar pra não ser alvejado pelo cu dos pombos.
Não existe tédio quando se é pombo. Ou você voa por aí ou caga na cabeça de uns filhos da puta.
Eu não sou um filho da puta.
O pior é que é verdade. Muito doido isso.
Cê se impressiona muito fácil.
Só quando fico entediado. Ficar esperando meio que me aborrece.
É preciso inventar uns sustos pra passar o tempo.
Pombo é que não se aborrece nunca.
Nunquinha.
Deve ser uma festa.
Que se há de fazer.
Menos quando um pneu de carro passa por cima deles e fica aquela pasta amassada de pombo no asfalto.
Hi. Começou…
Ô Helter, será que pombo tem alma?
Não sei, Mikael, por incrível que pareça ter dois anos a mais que você não me torna detentor dos grandes mistérios gnósticos do universo.
Bebe essa cerveja antes que esquente e vê se para de pensar na morte.
Eu ouvi dizer que o único grande problema filosófico é o suicídio.
Mas não lembro quem foi que escreveu isso. Sabe, às vezes eu misturo tudo aqui dentro.
E acaba esquecendo se foi o Sartre, o Platão ou a tua mãe quem te mandou lavar as orelhas…
O que foi que você falou da minha mãe?
Nada. Só tava pensando alto.
Ouvi dizer também que fumar, beber e se chapar é igualmente uma espécie de suicídio, só que a longo prazo. Ô Helter, cê acha que a gente já tá tipo com a corda no pescoço?
A gente não é suicida, seu burro. A questão é muito simples: se um mar de cerveja irrompe e ninguém nos ensinou a nadar…
Do jeito que você fala, até parece que somos desprovidos de vontade própria.
Eu mastiguei uns bons bocados do Filósofo Bigodudo… não foi lá das melhores digestões, mas deu pra sacar que o abismo é bem mais embaixo.
Mano, o problema não é o abismo ser mais embaixo. O problema é que há abismos e abismos. Isso eu li de alguém que eu não vou lembrar agora…
Acho que essa conversa é que é um bom exemplo de abismo que não encara ninguém. Por que é que você não fica quieto enquanto a gente espera o Raduan?
Pra piorar, eu tô com uma puta dor de cabeça.
Ninguém disse que esperar ia ser fácil.
Fácil é ser pombo.
… nem que ia ser tranquilo.
Ainda mais no meio dessa barulheira toda.
Hein?
Ô Helter, por que é que a gente não marcou de encontrar ele num lugar mais calmo?
Porque o Raduan queria ver pela última vez o show da “Marcos É Gay Em San Francisco”.
Engraçado esses nomes de banda. Sempre achei estranha essa moda.
Você sabia que eles tiraram esse nome de um…
Sim, sim. Eu já sei, Mikael. Tá todo mundo cansado de saber. Tem camisetas e zines com essa história estampada, xerocada e desenhada logo ali na barraquinha de camiseta deles, tá vendo?
…
Ô Helter
Que é?
Cê tem certeza que ele vem mesmo?
Sim, tá achando que eu confundi a porra toda?
Mas ele já devia ter chegando, né?
Deus do céu!
Olha lá, a corda da guitarra estourou, já tem uma fila de gente querendo bancar o DJ enquanto o cara troca a corda.
Sabia que iam escolher aquela ali.
Ah, esquece…
Agora o rosto dele começa a ficar meio verde-vômito; coitadices do Mikael-ferrugem; ele lança um olhar escavadeira por cima do entulho, procurar um lugar Estratégico & Evacuatório; não daria um bom marinheiro, o coitado do Mikael; qualquer oscilação e suas entranhas viram suco;
lista de possíveis ofícios: jardineiro, príncipe dinamarquês que não sabe se é-ou-não-é-that-is-the-question, andarilho, ator pornô reserva, aquele zagueiro que ninguém lembra o nome, homem chato com microfone no corredor de enlatados, afinador de risadas com especialização em sarcasmo, o cara que preenche o dia de folga de outro cara, coveiro, padeiro, poeta…
não, poeta não,
aí já seria demais.
Vasculhando as entranhas da mochila, Helter se deparou com seu caderninho azul. Folheou as páginas quase soltas. Abre aspas, música sem instrumentos, fecha aspas, traço, vinte e nove de abril. Letra disforme que não era a dele. Sim, era do Raduan. Seria a chave para O Verbo? Varreu distâncias de aço e concreto com o olhar, lábio inferior mordido, vinco na testa. Nunca.
Ali certamente nunca.
Não nessa cidade que já nem lembro o nome, essa cidade que me viu crescer e que cresceu ao meu redor, esse perímetro de aridez e falta de perspectivas, muros, prisões, essa cidade que eu queria chamar por um nome, qualquer um, nem que eu tivesse que criá-lo, nem que eu tivesse que roubá-lo dos livros: Macondo, Pasárgada, Antares; esquece, nomes muito pomposos, pesados, gotejando literatura; isso aqui tá mais pra “Cidade do Meio do Caminho”, coisa travada, emparedada, promessa que nunca; O Verbo nunca vai florescer em frequências tão…
As vigas desossadas do galpão, a tarde declinando, o cheiro azulado de pó e demolição, a coluna de fumaça-Lucky-Strike, a banda cover torta que só servia pra esfarelar o que já estava; aquilo tudo contrastando com o concreto da frase de Raduan no caderno. A barba pós-vômito do Mikeal brilhando, cheia de falhas; canto da boca esbranquiçado; mangas de jaqueta sempre levando a pior.
E, no meio daquilo tudo, apenas Raduan merecendo o trabalho d’O Verbo.
Abre aspas, música sem instrumentos, fecha aspas, traço, vinte e nove de abril.
Estica essa matéria temporal, vai, desenrola. (avançar-retroceder); manipula-e-rebobina esse filme tosco:
tua vida
baixo orçamento
produção independente,
vai, rebobina até o ponto em que Raduan disse, naquele vinte e nove de abril: a nossa amizade é tipo uma música… uma música tocando sem instrumentos; perfurante voz-broca; cara suada e redonda e feia, a dele-Raduan, a mania de coçar a barriga sem motivo, o riso-desdém; porcarias doces mastigáveis emergindo dos bolsos; o semblante concentrado e litúrgico na hora de bolar um, os dedos de unhas corroídas; talvez fosse algum fim de festa ou talvez fossem os pais de alguém viajando ou talvez fossem todas as festas suburbanas All Tomorrow’s Parties, rolando num loop eterno de All Those Yesterdays, todas emaranhadas na minha cabeça, novelo único: caracol de porres e ressacas homéricas; alguém cujos pais viajaram, sempre o mesmo enredo, besteirol americano de dar preguiça, sim, o caderninho azul aberto no braço do sofá, as pautas azuis do meu caderninho azul como costelas à mostra enquanto eu surfava após a ingestão de uma brisa paralisante qualquer, meu pescoço esticado até o limite, a minha cabeça alucinada inclinada para trás, a coisa fazendo efeito, o céu da sala, o céu da boca, o teto escuro (aquilo ali é um besouro na lâmpada?); uma festa ou fim de festa ou nenhum quarto vago; adolescentes trepando por todos os cantos, batidas de funk no talo nas caixas de som, entranhas da casa fedendo a cerveja; a cabeça de uma garota, novelo castanho, se encaixando entre os meus dedos e falando alguma coisa que eu não entendi antes de começar a beijar o meu peito e a morder o meu queixo; aí um Raduan me aparece, nu em pelo, pubiano e espectral, pupilas do tamanho de pneus de caminhão, veio de um dos quartos exigindo o meu caderninho azul; tive uma grande ideia, ele disse, e sequestrou o meu caderno e apoiou na parede, por isso a grafia torta, as veias das paredes e muros e batentes interferindo naquela frase; Raduan rabiscando nas costelas expostas dos meus rascunhos todos; eu-cabeça&corpo, incapaz de, incapaz de sair daquele estado (al)químico alterado, a cabeça da garota ainda entre os meus dedos, ainda me beijando e mordendo, não sentir nada, gozo indolor; Raduan rabiscando: antes que eu me esqueça, preciso anotar isso… essa ideia, Helter, foi mal te pedir isso agora, pode continuar aí na tua vibe… não precisa parar o que tá fazendo não ó… só preciso do caderninho, botar isso no papel: música sem instrumentos; virou as costas, desapareceu por trás da porta de um quarto ou de um portal ou de uma lembrança ou.
Helter enfiou o caderninho azul de volta na mochila. Ventos irrompiam ao redor, a colina desmoronava aqui-e-ali. uma briga lá embaixo, o pó da raiva subindo até as estrelas. Engasgar o sol, tossir as Plêiades. A espuma fria noturna. Céu dividido, dia-noite, embora já se saiba o resultado. A banda de abertura nas últimas peças ramônicas, acalmar os ânimos, os cães, os lobos, os urubus, logo as sirenes e os cassetetes, e as ratazanas de uniforme, e as saídas todas cercadas, e as agulhas cravadas nos tímpanos, e os gases lacrimogêneos.
Abandonar o navio.
E nem sinal d’O Verbo.
Ou do Raduan.
— Desconfio que estamos esperando uma espécie de Godot.
Mas Mikael-ferrugem não pegou a referência cuspida no ar.
Ah, esquece.