Um trecho de romance de Carla Cunha [+18]
Carla Cunha é de São Paulo/SP. Escritora de Literatura Erótica e Pornográfica, divulga textos no blog Carla Cunha. Neste mês de abril, lança o texto Vermelho Infinito – Ato 1 (em delírios e espasmos).
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Vermelho Infinito Ato 1 (em delírios e espasmos)
Seja como for, dali seguimos para o meu apartamento, não muito longe, e posso dizer que foi uma noite fora do comum. Sempre é fora do comum, é verdade, mas dessa vez a energia ultrapassou os limites do tesão. Posso contar a verdade? Gozei nove vezes. Sim, nove. Claro que isso é possível.
Logo depois de fechar a porta do apartamento, ele desabotoou-me o vestido encarando, tomou-me com certa voracidade, arrancando a calcinha e o sutiã sem nem ao menos observar a renda. Ainda no corredor, nos pegamos e, num empurrão, jogou-me de costas na parede, tipo lagartixa mesmo, senti a superfície fria sobre a pele, mas a excitação era tanta que nem deu tempo de reclamar. Jorge me passava a mão entre as coxas e apertava com força a boceta, enquanto enfiava a língua por todos orifícios do meu corpo. Também avançava por entre meus seios, abrindo a boca para abocanhar toda a anatomia. Entreguei-me por desespero, e ele dilacerava até as nossas entranhas. Orelha, umbigo, boceta, cuzinho, nenhuma parte do corpo permaneceu ilesa à saliva de Jorge. Beijava-me um beijo fúria, ora na boca, ora descia até a concha. Preciso dizer, Hay, nunca ninguém me chupou como ele, nem como naquele momento. Ah, não saberia dizer o motivo de tal excitação, tem dias em que estamos mais sensíveis, acho que foi isso, então tive meu primeiro orgasmo em pé ao lado de uma estante de livros que quase foi ao chão quando me apoiei para não ser levada pela imensa onda de tesão avançando sobre mim. Foi inacreditável aquela transa. Não sei você, mas eu sempre esmoreço depois do orgasmo, e uma sonolência me acomete de tal jeito que viro para o lado e durmo. Coisa de homem, eu sei, nisso minha personalidade masculina fala mais alto, jejejeje, mas não com Jorge, com ele a coisa não para, nunca, dali fomos para o quarto. Ele então me penetrou. Já contei que sou louca, ensandecida, doente pelo pau do Jorge?
Sei que o mundo, sobretudo a arquitetura, a arte, são tomadas por inúmeros falos. É um mar de paus por todos os lados, na Avenida 23 de Maio, em São Paulo, o grande falo é representado pelo Obelisco do Ibirapuera. Aliás, não apenas em parques podemos encontrar os falos, nos museus também são bem comuns, e isso no mundo inteiro, saca? A humanidade venera os paus, e eu venero o pau de Jorge. Tive meu segundo orgasmo quase sem esforço. Uma loucura. Depois eu subi nele, e aí, Hay, comprovei a verdade da vida, sim, ali eu gozei por inúmeras vezes sem saber quando iniciava um orgasmo e terminava outro. Uma sequencia ilógica que não consigo contar com detalhes, pois paira numa consciência outra, em outra camada de percepção, talvez paradoxal, paranoica, é isso, sim, vivi a paranoia com o Jorge. Nada terrível, mas intenso.
Digo isso porque foi mais forte do que o efeito de uma pílula de ecstasy que usei numa festa da faculdade faz lá seus nove anos, achei irado, mas nada comparado à sensação de ter um orgasmo junto a outro. Uma amiga me disse que não eram orgasmos, que foi um quase chegar lá e um relaxamento logo depois e, na sequência, uma nova excitação. Não sei, para mim foram vários orgasmos porque quando não aguentava mais, ele quis mudar a posição, fiquei de quatro e eu mesma tocava no meu clítoris e mexia, enquanto ele se enlouquecia nas minhas costas.
Não teve como, gozei mais uma vez. Você está contando, Hay, temos uns sete orgasmos dos bons, não é mesmo? Ah, mas então, uma coisa é certa, ele não esperava que eu reagisse, nunca imaginaria que eu também daria um showzinho, e aí ele veio à loucura, e quem ficou de quatro foi ele. Não literalmente, porque no meu showzinho ficamos os dois deitados, mas não irei dar mais detalhes não. Posso apenas dizer que é uma técnica infalível, Jorge gozava urrando para o mundo, mostrando a potência de sua vida. Lindo o berro que ele dá quando goza. Lindo de verdade.
Não conto, por que você acha que eu ensinaria isso para outras mulheres?, jejejeje, me diga?, ainda mais você, que é uma vaca vadia?, jejejejeje. Ah, brincadeirinha, Hay, não leva tudo tão a sério. Relaxa, amore.
Ok! Ok! Sabe o que acontece? É um mexer dos músculos da vagina, precisa treinar, amore, é isso, quando você não exercita uma parte do corpo, você sabe muito bem o que acontece: atrofia. Com a vagina é a mesma coisa. Então, o primeiro passo é malhar. Como assim? Ah, Hay, muito fácil e simples, como esses músculos são internos, você pode exercitá-los em qualquer lugar. Na reunião com o chefe, durante as compras do supermercado, no salão de beleza enquanto a cabeleireira faz fofoca da manicure, todo lugar é uma oportunidade de entrar no frenesi e malhar a xoxotinha. Vou ensinar. Aperta um dois três relaxa. Aperta um, aperta mais dois, aperta super três. Agora relaxa.
Quê? Você não consegue fazer um exercício simples desses durante outra atividade? Você vê problema em tudo, Hay, pelamor… O chefe jamais irá notar, deixa de ser boba. Ah, entendi o dilema. Você então não é do gênero feminino, porque qualquer mulher consegue fazer pelo menos sete atividades ao mesmo tempo. Ainda mais uma dessas reuniões com o chefe, em que sempre falam nada com nada, você só precisa concordar com a cabeça e pronto, resolvido. Seja como for, se quer dar showzinho no sexo, meu amore, tem que malhar, não existe outro jeito. Depois é simples, não tem mistério não. Olha, o que irei ensinar agora pode revolucionar a tua vida sexual sem graça e repetitiva. Me deve uma, hein?
É o seguinte: você deita de bruços na cama, com a bunda arrebitada, de leve, nada de exageros, enquanto ele deita sobre seu corpo. Entendeu, Hay?, jejejeje, tá bom, tá bom, é que às vezes você é lerdinha, jejejeje. Bem simples: você cruza uma perna na outra, deixa ele penetrar com o pau duro e lustroso, jejejejeje, gostou do “duro e lustroso”?, inventei agora, jejejeje. Ah, Hay, divirta-se um pouco, estamos falando de sexo, saca? Sexo é brincadeira. É voltar à infância para fazer travessuras, saca? Sim, sim, estou falando… Depois você mexe o bumbumzinho e segura o pau com toda a força dos músculos da vagina, aperta um dois três, relaxa, aperta um dois três, relaxa, enquanto ele se diverte.
Não tem erro, ele vai gozar de um jeito tão insano que soltará o esperma que ainda será produzido nas próximas gerações, jejejejeje, vai por mim. Sei muito bem o que estou falando. Com Jorge foi bem assim, se bem me lembro ele ejaculou por mais de 10 minutos sem parar, jejejeje, juro, pela vida da sua mãe, não estou exagerando, foi bem assim que aconteceu. Eu chamo isso de ejaculação contínua de prazer com a mulher mais gostosa do planeta: eu, Shirley. Ah, digo mais, foi assim que eu gozei mais uma vez. Acredite! Uma não, mais duas vezes, contabilizando o meu recorde, ou seja, nove orgasmos em uma única noite caliente de amor, jejejeje. Incrível! Ah, Hay, eu poderia escrever um livro com todas as minhas aventuras sexuais, saca?
rafael cantanhede silva
Li há duas semanas um romance chamado “princesa do desejo”. de andrew p. collins e fiquei impressionado como a vidade uma pessoa pode passar por reviravoltas ao longo do tempo. encopntrei esse livro no scribd. indico essa leitura. é muito interessante.