Cinco poemas de Vitória Guedes
Vitória Guedes, tem 21 anos, é natural da cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo e durante toda sua infância era rodeada por gibis da Turma da Mônica e livros infantis. Logo, aos 10 anos, começou a colocar no papel toda a criatividade que surgiu em sua mente como uma explosão de inspiração, que acabou acarretando em seu primeiro projeto de livro. A partir daí, não parou mais de escrever e de buscar realizar o sonho da primeira publicação em livro: uma Antologia Poética, em 2020.
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café
o café foi o meu vício
meu companheiro interino
enquanto longe, castigo
seus olhos, amigos
só mentem distantes
ausentes de amores
o vapor cortante
seus sabores
sussurrados
ao pé do ouvido.
*
sou a força
inteiro amor
calado no ofício
no doce suplício
na dor, a menina que chora
o sorriso é a escória
do veneno moral;
desconexo mental.
*
olhar
num instante de olhar,
me vi presa
me vi perdida
consumida
por um rasgo na alma
feito pelo teu olhar.
*
Cidade
minha cidade está um caos
representa a minha animosidade
se dirige à bagunça, à poeira
afeto que afeta a arte
sem seu controle ao hábito
sempre tudo é diferente
nada muda, todos, mundos
mudando constantemente
o centro gira em agonia à dor
complacente
o comparsa da avenida
ao guarda grita: o estresse está na mente
a lotação carrega o peso do cansaço em conjunto
com sorrisos e tristezas dos mais moribundos
a deficiência social é voluntária da necessidade
sempre resta mais gente pelos cantos da cidade.
*
Calúnia
o sopro dos caídos, abatidos
são as cantigas de ninar de seus herdeiros
com as palavras soltas no vento
ao sol, relento
na essência, ordeiro
os trejeitos de seu peito clamando revolução
é a deixa de sua queixa que promove no coração
a alma da criança que chora no sangue frio
foram tiros e vários cortes, da cortês política vil
tem calúnia na governança
dos governantes, opressão da escória
tem os que se calam diante o medo
à servidão que vem da história
e na pele, o julgamento
do cabelo até os pés
na inflamação do pensamento
a luta segue com a fé.