Brevíssima antologia do haicai mato-grossense – Por Divanize Carbonieri
Palavra é lavoura é uma coluna criada por Divanize Carbonieri para ressaltar o vigor e a diversidade da efervescente literatura mato-grossense na contemporaneidade. Tem como objetivo oferecer às leitoras e leitores de todos os lugares um panorama mais amplo do que é produzido em Mato Grosso, muito além da soja e do milho.
Divanize Carbonieri é professora, poeta e contista. Autora de dez livros, entre eles as coletâneas de contos Passagem estreita (2019), Nojo (2020) e Nave Alienígena (2022).
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BREVÍSSIMA ANTOLOGIA DO HAICAI MATO-GROSSENSE
O FUTURO
É UM FURO
ALÉM DO MURO
(Antônio Sodré)
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céu de Cuiabá
enevoado e rosáceo
via láctea em chá
(Divanize Carbonieri)
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um crítico arisco
despreza o olho
para olhar o cisco
(Eduardo Mahon)
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Harpista
Talhe e dedos de harpista
a bocaiuveira toca
o vento do pantanal
(Ivens Cuiabano Scaff)
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um haikai quente
muito fogo na roupa
e porra louca
(Lorenzo Falcão)
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Sobre o tronco apodrecido
a Orelha-de-pau
escuta o céu e mais além
(Lucinda Persona)
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Escritura
finíssimo gosto macio
tanto fio e tanta vinha
é tua mão ou a minha?
(Marli Walker)
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A onça
Se faz de sonsa e alcança
O jantar pra sua pança
(Marta Cocco)
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Céu cinza sem sol
Uma nuvem passa e vem
Pintar rouxinol
(Matheus Guilherme Antunes)
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cena serrana
no gesto da bananeira
o mestre se abana
(Odair de Morais)
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Tem os que vivem no raso
o mais profundo me atrai
ser o vazio do vaso
(Regina Pena)
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Catecismo do colonizador
É fácil não ferir meu semelhante.
Difícil é não ferir
o que de mim é diferente.
(Santiago Villela Marques)
Lucinda persona
PARABÉNS @divanizecarboniere e equipe da ruido manifesto por essa antologia de haicais mato-grossenses!
Obrigada pela OPORTUNIDADE de estar nesse lugar PRECIOSÍSSIMO.
Mineiro do mato
Quandassustei,
Mevi haikiando,
Minundando depoesia
Morgana Poiesis
Muito bom conhecer a poesia mato-grossense, obrigada pela oportunidade!
Fe azevedo
Tem alguns péssimos