Cinco poemas de Agostinho Gonçalves
Agostinho Gonçalves, escritor, tradutor e crítico literário, nasceu a 6 de Junho de 1995 em Luanda. É Mestrando em Literaturas em Língua Portuguesa pela Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto, professor de português no IGR-Luanda (Instituto Guimarães Rosa, professor de Literatura Africana no ICRA (Instituto de Ciências Religiosas de Angola), Coordenador Geral do Movimento Litteragris. Tem textos publicados na revista Tunda Vala I e Tunda Vala II, na antologia poética Sementes da Língua – Angola-Galiza, no Jornal Cultura, na Revista Palavra e Arte, na Revista Soletrar e no site Mbenga.
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20h:00 – és pavoa
trazes luzes entre as asas
de cada pena pureza libertas
00h:00 – és lince
prendes-me com os olhos
com garras agarras e arranhas meu peito
04h:00 – és cobra
com venenosa língua
deslizas em meu corpo
08h:00 – és passarinha
assobias dócil canto
estendes braços voadores
bazas para lá da vida
METAMÓRFICA MULHER
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Acesso aceso mel corpóreo
transpasso a natureza de pé
cá
dor
até atingir deus-prazer
já com desejos na lua
você me diz: meu amor eterno
eu te digo: meu amor é terno
TERNURA
*
entre
putins
pintins
invento versos do tempo novo
versos
calados
doídos
VERSOS DO TEMPO NOVO
*
z do árduo
z ninguém
dos santos que ouvi
na terra um vi
em pé lá
em pé cá
em contínua luta
em certas vitórias
no ventre da palanca
um deus mortal
POEMA Z
(Publicado na Revista Tunda Vala II e no site Mbenga (clique aqui) – Movimento Litteragris – União dos Escritores Angolanos – 2018)
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