Dois poemas de Ribamar Bernardes
Ribamar Bernardes. Nascido em Joinville / SC em 25.06.75. Aos seis meses de idade segue para Porto União / SC divisa com União da Vitória / PR. Frequentou e não concluiu 4 cursos superiores: Engenharia Elétrica e Ambiental, Letras e Ciências Sociais. Está casado pela segunda vez, com Simone Aparecida Alves. Vive de rendas passadas. Pretende cursar Filosofia na UNESPAR, campus União da Vitória / PR, cidade na qual retornou a residir em 2005. Há 25 anos, de tempos em tempos, escreve e publica poesia.
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eu não sei escrever
se
eu
sou
besse
não
faria
de dois silêncios
três ausências
escorre
poesia
do interdito
: intrépido
sorriso contido
( da geografia
promíscua
de perverSidades
contraídas )
… se soubesse
não faria
eu
escarro
singelo
um
escárnio
fraterno
de seis naufrágios
dezoito espasmos
( dos poros
: poesia )
do não dito
: inflado
artifício vivido
( esse vazio esquisito
sufocando a língua )
… se soubesse
não faria
de perfeitos
espaços
enfermos
irreguLares
avenidas
flácidas
eu
em obscena devoção
pública introspecção
decreto orquídeas
nos corpos desertos
de mil fêmeas infectas
&
orquestro rosas
na desordem furiosa
dos torvelinhos íntimos
de sete hospícios
treze mortes
( da pátria última )
poesia
:
sábia
des
sabedoria
*
de profundos espasmos noturnos
” … às noites me esvaio
em sacro fervor. “
Novalis
teus
olhos
derramados
espaços
dissonantes
extensões
líricas
cidades
convulsas
( ilúcida
ilha
última
gozo
verbo
rrágico
êxtase
falo
crático
íntima
invasão
vipernina
intensa
expansão
lúbrica )
:
teu
corpo
dissolvido
em
dissoluta
ausência
dispersão
ultra
uterina
latência
líquido
amorosa
( urbanas
carícias
corrosivas
distúrbios
orgânico
sintáticos )
:
nosso
eloquente
silêncio
indício
lascivo
de
março
cansaço
vestígio
onírico
de
fogo
falso
ou
rastro
íntimo
de
festiva
ruína
retrato
lúdico
de
infinita
euforia
( girassóis
libertos
renascendo
num
Sol
de
poesia )