Oito poemas de Gisely Souza
Gisely Souza. Nascida em Vitória da Conquista-Bahia.Procura retratar em seus versos,seus sentimentos e pensamentos dos quais não ousa contar a outro alguém além do papel. Em 2023 cursa o 9° ano e faz inglês. Além de escrever gasta seu tempo livre lendo, desenhando, costurando, assiste animes e se arrisca no skate de vez em quando. -“Em busca da descoberta do mundo e de mim mesma”.
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Amor morto
O amor é esforços mútuos em uma relação
Onde leva o coração
O esforço acaba,
o amor morre
E não sobra nada,
nada além de lembranças perdidas no tempo,
do que um dia fora amor.
*
Oleiro
Faço um molde da minha vida
Decisões a tomar,
Preciso estar pronta
Passou da hora de brincar
Meu eu futuro me espera
Com um vaso pronto em suas mãos
É hora de descansar.
*
Desespero
Meu grito silencioso não alcança ninguém.
Preciso de um abraço, quero conversar.
Mas disso tudo, nada quero também.
*
Apego ao vazio
O vazio fez de ti amigo
De mim fizeste o mesmo
Não me importo, tampouco o culpo.
*
Puro sofrer
Estou a espera em meio a ansiedade, sou escrava da saudade, a sentir que agora é tarde.
*
Estagnada
Congelada no tempo, petrificada
Coração não acelera nem para
Estagnada;
Pessoas passageiras de que não sinto falta
Estagnada;
Fazendo tudo no automático
Sem planos,
Apenas objetivos rasos
Estagnada;
Agora não sinto mais nada
Sendo fútil,
Desesperada.
*
Meu ódio presente e tempo perdido
As vezes odeio ser tão confusa,
Sentir o tudo e o nada,
Querer o muito e o pouco,
Pensar demais ou apenas deixar a mente vagar.
Muitas vezes odeio inconstâncias,
Não me amar ou me gabar,
Não me esforçar e surtar,
Brigar comigo mesma e ganhar.
Mais vezes ainda odeio chorar
Me importar,me isolar ou socializar
Ainda odeio querer vencer,
Pois é muito difícil ter que crescer.
Mais difícil ainda ter que amadurecer,
Assumir responsabilidades,
E tentar não esquecer,
Que criança já não posso ser.
*
Sonhos de uma borboleta
Sou borboleta de estimação,
Com asas prontas para voar,
Porém me sinto em uma gaiola,
Com alguém a me trancafiar;
Se fosse solta sabrevoaria acima das árvores,
Conheceria borboletas de outras cores,
Visitaria gaiolas abertas,
Me encantaria com novas descobertas;
Cá estou eu, olhando através de uma brecha da minha gaiola coberta,
Observo uma orla de pássaros soltos,
A brincar sob o raiar do sol,
Hoje fizeram uma nova descoberta,
Uma borboleta sob uma gaiola coberta.