Quatro poemas de Pedro Flores Nunes
Meu nome é Pedro Flores Nunes, nasci no dia 15 de Junho de 2004, em Vitória da Conquista, Bahia. Sou filho do meio de Maria Isabel, mãe de 3 filhos, solteira, guerreira, psicóloga e mestre em Educação pela UESB. Meu ser biológico, e artístico, se formou e vêm se desenvolvendo desde a minha infância. Sou tricolor de coração, graças ao meu avô. Minha maior herança genética, familiar, e artística é dele meu maior ídolo, Gilson Nunes.
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Trabalhadores Trabalhadores,
quando chegar a hora,
vistam-se de vermelho!
Sem formalidades, nada de branco e preto, cinza ou laranja.
Trabalhadores, quando chegar a hora,
peguem suas armas, e lembrem-se
Daqueles que morreram de fome,
de frio, e daquele maldito vírus.
Eles não ligam para nossa vida!
Trabalhadores, quando chegar a hora, Comemorem!
Pela memória de todos que vieram antes nós!
Bebam, riam, beijem
e transem muito!
Mas lembrem-se,
a glória eterna ainda há de vir!
E, o amanhã ainda vai raiar.
Trabalhadores, pois então, vivam!
*
por uma ponte
antes mesmo do meu nascimento, talvez antes mesmo do próprio tempo, bem perto do despertar de tudo, eu já estava aqui em espírito, sem corpo definido era um pouco de tudo.
não tenho memória da hora,
nem do momento, talvez por uma mera brincadeira de movimento,
dei me conta de mim mesmo, euzinho, tão pequeno.
entre todos os lugares que fui, na verdade nunca tive a possibilidade de experimentar um lugar novo. mesmo indo do meu quarto pra cozinha, da cozinha pra sala e daí pra escola, só lembro dessa ponte. nunca teve forma fixa, as vezes brava, as vezes séria, triste ou amorosa, mesmo sem forma, ora toda torta, nunca desviei a rota.
sem pretensão de estar certo ou errado, nunca pensei em nada por acaso, na verdade só em coisas extremamente sérias, meu dinossauro favorito é o estegossauro.
só de brincadeira sei de algo que talvez ninguém nunca saiba, nada útil, mas é a melhor piada – a realidade é uma ponte de bolo de cenoura, feita por um dinossauro arquiteto de terno e gravata.
*
Sobre as pessoas com quem eu compartilho a vida
Momentos marcantes são feitos de gente,
Mãe, pai, avô, avó, amigo, namorada e parente.
O primeiro aniversario, o primeiro beijo, o primeiro emprego,
Momentos, únicos, que não fariam a menor graça sem nenhuma gente.
A maior felicidade que há é compartilhar com o outro, o tempo.
Cada minuto, cada hora, cada dia…
Talvez a nossa maior graça seja o tempo.
O tempo, que é onde o agora é passado, e o futuro é presente.
Onde tudo que é, pode não ser.
Os músicos que me perdoem
Mas bom mesmo seria se não pudéssemos nos preocupar,
Não marcar, não contar, não dividir – O TEMPO!
Verdade, não gosto de compromisso marcado,
se pudesse fabricaria meu próprio horário,
-Folgado!
Não nego, eu gosto mesmo é de gente.
*
Gabriela
Gabi, filha do mar,
A muito de Yemanjá no teu olhar
Faz de mim nu e vulgar
Seu canto como sereia a soar,
na noite de luar.
As abelhas pouco sabem do sabor de mel e do odor perfumado da mais bela flor.
Me melo no teu corpo pegajoso,
Armadilha de bom moço.
Jóia do sertão, sua natureza bem humorada,
Faz visita na singela pousada do meu coração.
Animada, traz alegria onde passa
Que sua aura encantada, seja preservada e cuidada.
Gabi, até mesmo os sabiás mais letrados e vividos pedem aula de música ao ouvirem você cantar e tocar.
Melodia e ritmo,
Diversão e prosa,
Lírica e rima,
Doutora na sútil arte de amar.
Tudo o que eu contar aqui, parece redundante, pois se resume em um nome, Gabi.