Sete haicais de Diana Pilatti
Diana Pilatti é professora e poeta. Nasceu em Foz do Iguaçu/PR, radicou-se em Campo Grande/MS. Formada em Letras e Mestre em Estudos de Linguagens. Integra o Coletivo Literário Independente Tarja Preta e o Mulherio das Letras. Entre seus livros publicados estão Palavras Póstumas, volume 5 da II Coleção de Livros de Bolso do Mulherio das Letras (2020) e Palavras Diáfanas, Editora Patuá (2021), e Haicais e outros poemínimos, volume 10 da III Coleção de Livros de Bolso do Mulherio das Letras, 2022. Coorganizadora da Mostra Poetrix, edições 2020 e 2021. Publicou poemas em diversas coletâneas e revistas literárias. Divulga poesia em seu blog pessoal dianapilatti.com e nas redes sociais @dianapilatti
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vai-se a chuva breve
céu tingido de verão
o tempo se estica
*
perfume margeia
leves ares – primavera
uma flor-sem-nome
*
chuva de verão
araçari silva e dança
banho de bromélia
*
nas manhãs de inverno
– alguns pensamentos tolos –
bochechas vermelhas
*
piscina de areia
pardalzinho brinca e canta
acha que é sereia
*
no viés do sofá
um gatinho faz ronrom
domingo de chuva
*
na pequena casa
um fumegante silêncio
inverno me abraça
*Haicais publicados no livro “Haicais e outros poemínimos”, III Coleção de livros de bolso do Mulherio das Letras, Editora Popular Venas Abiertas, 2022.
O livro traz também ilustrações em nanquim da artista plástica Maria Angélica Chiang
Joseane Francisco
Lindos haicais, Diana Pilatti💜💜💜
DIRCE CARNEIRO
Nos seus haikus, Diana segue o cânone tradicional, isso merece aplausos.
Nota-se a presença do corte, o kireji que seria o mimetismo entre natureza e o observador.
Muitos haikus que leio são monótonos, sem graça, meras descrições, sem o corte, o kireji.
Diana compõe o haicai – ou haiku – como se usa no planeta, na sua forma tradicional, o que eu louvo, gosto e prefiro.
Não aprovo as formas estilizadas, que fazem do haicai um terceto genérico.
Dá gosto ler os haikus de Diana Pilatti.
Parabéns Diana.