Três poemas de Nathália Caroline
Nathália Caroline. “Natural de Monte Carmelo, MG, nasci em 13 de fevereiro de 1998. Sou eternamente grata pelo dom da vida. Atualmente curso Design na Universidade Federal de Uberlândia. Mas se um dia me perguntarem o que sou, direi que sou poeta. Nem designer e nem escritora, mas poeta”.
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Modus
Pessoas.
Pessoas nascem
Pessoas vivem
Pessoas estão
Pessoas vão
Pessoas ficam
Pessoas migram
Pessoas chamam
Pessoas amam
Pessoas fazem
Pessoas trazem
Pessoas crescem
Pessoas conhecem
Pessoas mentem
Pessoas sentem
Pessoas leem
Pessoas creem
Pessoas decrescem
Pessoas envelhecem
Pessoas adoecem
Pessoas morrem
Pessoas são,
Um modus operandi de criação.
*
Vestes
Quem dera eu pudesse ser
Mais que um corpo a perecer
Trocaria as vestes modernas
Inatas de uma condenação eterna
Por aquelas que não se encontram por aí.
Faltei com meu corpo o respeito
De quem por si só têm o direito
Das razões anômalas e expressas
Mas que trocadas por moedas
Compram da vida a jovialidade.
Oh! Meu corpo ferido…
Tão morto, tão preso e invadido.
D’ele restaram as mágoas
Inundadas em derradeiras águas
Que cobrem meus pés em solidão.
Hoje de mim só restam flores
Nascidas das mãos dos credores
Que semearam naquele lugar
De terras ensinadas a purgar
E a cobrir de cores o invisível.
*
La flor
Apanhei uma flor
Queria me desculpar, essa flor me fez chorar
Tão triste e tão bela, o que faria dela?
Se eu não sabia amar
Apanhei uma flor
Mas dela eu fiz meu lar
Tão doce e tão nobre, o que diria a ela?
La flor eu a quis chamar
Apanhei uma flor
Joguei ela pelo mar
Tuas brancas pétalas guardei
Mas ela se foi sem amar
Se essa flor pudesse falar,
Ela diria para mim
– Por que me apanhastes assim?
Ao certo eu não saberia explicar.