Três poemas de Samanta Matos
Samanta Matos é mulher, mãe, ativista social, poeta, pesquisadora na área de Literatura e Ensino. Graduada em Letras/Literatura pela UEMA, Mestra e Doutora em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP. Atua como professora na rede de ensino básico do estado do Maranhão, no projeto Caminhos do Sertão – UEMASUL e formação para professoras/es na área de Literatura. Criadora da página @tecendo.escritas, realizar mentorias e oficinas de escritas em gêneros diversos como Literário e Acadêmico.
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Vi no feed
a história é cíclica
O que permanece?
eu estava sempre lá
por isso
aqui
eu que trate
de mim
comigo mesma
Roda, roda, roda
e o que fica
sou sempre
Eu
*
Esse negócio de olhar pro calendário deixa mesmo a gente comovido com o diabo. E lá se vai mais um dia. Um ciclo se encerra, outro vem. Neste ciclo, ainda e sempre, ocupo meu espaço de mim mesma. Eu no mundo. Com e para o mundo. Minha, de posse dos meus medos e dores, dona dos meus risos e das bagagens que decidi trazer numa pequena e leve maleta de mão, caminho compassadamente. Indo devagar e sempre. Sempre no meu ritmo. Aprendi a me olhar, perceber minhas pegadas no chão e seguir. Este aqui é o meu caminho. Nele me perco e ainda vou em frente, ainda que mude a rota, sigo.
*
(Re) – existir
verbo difícil esse
que só assim
para se jogar no papel
já se vai brigando
na luta com o ser
e com o cerne
(Re) é luta
Todos os dias fazemos algo de (Re)
Revivo, Rebusco, Renovo
Para (Re) – existir
para que seja verbo
símbolo de que já existo
e agora é preciso (Re)