Um conto de Márcia Vieira Ávila
Márcia Vieira Ávila nasceu em 1980 na ilha Terceira, Açores.
Ingressou na Faculdade de Arquitetura e posteriormente em fotografia na AR.CO em Lisboa, cidade onde reside.
Profissionalmente trabalha na área do Design e remodelação de interiores, especialista em cozinhas e roupeiros.
Em paralelo é Cake Designer e formadora nesta área da pastelaria, tendo fundado marca própria há mais de 10 anos.
É também autora do livro MARAVI a menina da ilha, escrito, ilustrado e editado na totalidade pela própria.
***
Raúl, o curioso
Completamente inundado de papeis, livros e jornais, lá estava Raúl na sua demanda, na gigante mesa da Biblioteca Nacional acedendo a toda a informação quanto possível que lhe conseguisse explicar como fora ali parar.
Tinha aprendido na escola que os foguetões viajam pelos céus longínquos e não deveriam nadar em cardume com lulas de mar alto.
Se tudo isto lhe parecia perfeitamente normal, toda a informação apontava para que Raúl não fosse um deles. Realmente não se parecia fisicamente com ninguém à sua volta: a sua carapaça era muito mais rija, os seus movimentos eram mais lentos o que fazia com que não se conseguisse esconder com tanta facilidade em qualquer buraco de rocha como todos os amigos!
Foi então que se deparou com uma importante notícia na capa do jornal da época em que nascera. Uma manchete que ocupava quase toda a primeira página com uma imagem a preto e branco de uma espécie de avião que Raúl nunca tinha visto. Podia ler-se assim:
«Lamentamos informar que por volta das 16h do dia de hoje desapareceu dos nossos radares a Nave Espacial Eulália, havendo fortes indicações que se tenha despenhado algures no nosso Oceano.»
— Eulália!, repetia sem parar Raúl como se de alguma forma este nome lhe fosse familiar. Tirou então uma fotocópia na reprografia e correu para casa a todo o vapor entre anémonas e corais quase abalroando tudo e todos pelo caminho tal era a pressa.
Foi então que os pais, lhe explicaram que um dia tinham encontrado junto a uma imensidão de destroços um pequeno foguetão bebé que chorava tão alto como a escuridão do Oceano e que mesmo não sabendo como cuidar de uma cria de Nave o levaram para casa para o alimentar e cuidar dele.
— Entretanto cresceste isso tudo e tornaste-te a lula mais linda e brilhante deste cardume. És o nosso filho, percebes Raúl?
Era então filho, biologicamente falando, daquela linda e experiente nave espacial, chamada Eulália de quem falavam naquele jornal antigo.
Mas Raúl não se sentia uma nave e muito menos um foguetão como seria de esperar. Nunca havia voado em direcção à lua nem sequer tinha ido até à costa ver os caranguejos nas rochas.
Os seus pais eram aqueles, o seu cardume era aquele. E não podia querer ser outra coisa que não fosse uma lula. Maior que o normal, é certo, mas sempre uma lula! — é aqui que o meu coração mora!
Só uma coisa mudou. Agora Raúl já não tentava os buracos pequenos onde todas as crianças do cardume se escondiam e brincavam. Raúl escolhia sempre um esconderijo à sua medida e apesar daquele tamanho todo, da carapaça rija e de não ser tão flexível como todos os outros, era mesmo difícil de o encontrar.
Por vezes davam com ele na biblioteca a fazer pesquisas sobre todo o fantástico mundo dos seus ancestrais do ar, por curiosidade em perceber como se sobrevive fora de água! — incrível! pensava Raúl, voando cada vez mais rápido no seu Oceano!
José ARTEMISTA DA SILVA
Oi, tem muitas pessoas que tem como eu vários textos . Tenho mil e quinhentos a seiscentos. Mais não tenho oportunidades nem condições de vivulgar.
José ARTEMISTA DA SILVA
SENTIMENTO DE DOR PROFUNDA
A dor profunda é como uma ferida aberta
Que sangra e arde, marcando a nossa alma
É um sentimento que nos consome
Nos levando a um abismo de tristeza e desilusão
O arquiteto constrói prédios altos e imponentes
Mas não consegue construir um abrigo para a dor
O maestro faz músicas belas e harmoniosas
Mas não consegue curar a dor que o coração chora
O poeta canta uma canção de saudade
Com palavras que ecoam no vazio da alma
A ilusão bate à porta, tentando nos enganar
Mas a dor persiste, nos lembrando da nossa vulnerabilidade
O coração sofre, implora por calma
Para que a dor não se torne insuportável
E em meio a esse turbilhão de sentimentos
Encontramos a esperança, a cura, o amor
Com apenas três letras, a palavra se revela
E nos mostra que, mesmo na mais profunda dor
Existe a possibilidade de transformação
E de um recomeço, guiados pelo amor e pela emoção.
Artemista SilvaSENTIMENTO DE DOR PROFUNDA
A dor profunda é como uma ferida aberta
Que sangra e arde, marcando a nossa alma
É um sentimento que nos consome
Nos levando a um abismo de tristeza e desilusão
O arquiteto constrói prédios altos e imponentes
Mas não consegue construir um abrigo para a dor
O maestro faz músicas belas e harmoniosas
Mas não consegue curar a dor que o coração chora
O poeta canta uma canção de saudade
Com palavras que ecoam no vazio da alma
A ilusão bate à porta, tentando nos enganar
Mas a dor persiste, nos lembrando da nossa vulnerabilidade
O coração sofre, implora por calma
Para que a dor não se torne insuportável
E em meio a esse turbilhão de sentimentos
Encontramos a esperança, a cura, o amor
Com apenas três letras, a palavra se revela
E nos mostra que, mesmo na mais profunda dor
Existe a possibilidade de transformação
E de um recomeço, guiados pelo amor e pela emoção.
Artemista Silva