Um poema de Juan Manuel Terenzi
Juan Manuel Terenzi (1982) é escritor, tradutor e pesquisador. Formado em engenharia química, letras-espanhol e filosofia. Doutor em Literatura (UFSC) com a tese Linguagem, voz e identidade: Beckett em diálogo. Pesquisou nos arquivos de Samuel Beckett durante seu doutorado sanduíche (Inglaterra). Seus poemas, contos, traduções e autotraduções foram publicados em diversas revistas nacionais e internacionais. Autor de Fis(s)uras (Micronotas, 2022). Traduziou Bernat Metge, de Lucas Margarit, também pela editora Micronotas (2022), com apoio do Programa Sur (Argentina).
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“no abraço que nos guardamos”
para Ana Cristina
começou lá
no ano
passado
só estavas
também eu
sorrisos
noite
as bebidas
as risadas
as mãos
os outros
e nós
nós e os nós
das nossas mãos
ficamos perto
cada vez mais
sentia teu respirar
tua presença
sempre mais
fomos
fumamos
entramos
e o carro
nos levou
até o beijo
no posto sonolento
quase ninguém na rua
eu, você
nossos abraços
eu, você
nossos desejos
eu, você
depois um pouco mais
a minha rua apareceu
e a despedida veio
mas o meu celular
queria você
sempre mais
uma mensagem depois das 3h
a madrugada acordada
dizia
eu, você
amanhã nos veremos
nos vimos
eu de bicicleta
você com o carro
com o celular
com o beijo que te guardei
nos vimos
eu com a timidez
você com os olhos
com o celular
com o beijo que te guardei
nos vimos
e sumimos
no abraço que nos guardamos
depois o último dia do ano
depois das 22h
eu com a vontade
você com os pés
ainda desconhecidos para mim
eu fui
você convidou
eu fui
você me incendiou por dentro
eu fui
você veio
e fomos indo
pelo caminho já nosso
o ano virou
na casa que você convidou
o ano virou e eu vi os fogos
os beijos, os abraços
e os teus pés dançavam
o ano virou
e pouco depois
viramos um só corpo
o ano virou
eu, você
nos vimos
e sumimos
no abraço que nos guardamos
Mari da Graça Rios
EXCELENTES, tod os poemas..
Dirijo-me ao Juan manuel terenzi, a fim de lhe comunicar que minha DISSERTAÇÃO de Mestrado, A COQUETTERIE ou a PAIXÃO do Pormenor, refere-se à escrita de Ana Cristina Cesar. ESTÁ na BiblioTeca da Fale/UFMG., anos noventa. Posso enviá-la pelo WhatsApp.
Maria da GraçA Rios