Um poema de Osvaldo Pascsant
Osvaldo Pascsant, pseudónimo de Osvaldo Boaventura Francisco, angolano, de Pinda, Porto Amboim, residente em Luanda, Licenciado em Língua e Literaturas em Língua Portuguesa pela Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto. Mentor da Academia Linha da Frente, membro refundador do Movimento dos Novos Intelectuais de Angola, MNIA, exerce a actividade de homem e professor, tem textos publicados no Jornal Cultura, Jornal Angolano de Artes e Letras, e em várias colectâneas nacionais e internacionais, como:
–Kambas da Literatura, Kamba Editora, 2020;
–Delírios Poéticos, Edições O Declamador, Portugal, 2019;
–A gente que eu conheço, Ginga Editora, 2019;
–Eu-Jardineiro Poesias, Lenilson Silva, Brasil, 2019;
–Nós e a poesia, Edições Handyman, 2018.
*
Quando é quando?
Ou dedicatória sonhada de um país adiado
[pri]
Por juntar minha sorte de ganância
vibrei coisas de vento em segredo
num povo que me vota concordância
vivo morto sol em vidas de medo
de acompanhar cabeças na distância
dos agarrados nortes de paz içado
de paz cheiroso, dum suspiro longe
e
soltos no som da alegria riqueza
azulando igual à merda alveolar
Excessos verdes restos do sol teu
ditas violentas margens do teu céu
em sombras inculpadas, novas dívidas
em nubladas às ordens das acesas
[meira]
O povo não come
perpétuas autárquicas
que mentem do ano
Pintado sentido
combustível alto chão
num chorar de lábios ânus
encerrados lábios ásperos
Erige a superior às orações
Os
Dum ânus fechado e distendido
Caos da inconstitucional rocada das barrigas
e adorável observa dores e magos
Usados abrigando pestanas ásperas.
não seria o mundo melhor sem governo?
o governo censura
não mais vale censura que governo?
governo não seria melhor sem ti?