Um poema de Wesley Henrique Alves da Rocha
Wesley Henrique Alves da Rocha. Natural do interior de São Paulo, morando em Cuiabá desde 2012. Doutorando (2020 – atual) e Mestre (2019) em Estudos de Linguagem pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal de Mato Grosso. Bacharel em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2017), enveredando pelos caminhos das Letras. Realiza estudos e pesquisas voltados para as áreas de psicologia social, educação, relações étnico-raciais, estudos literários, gênero e sexualidade.
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o tempo para
Cazuza disse:
o tempo não para
mas
parou
vivenciamos um tempo que não passa
parou no luto
luto fixo, inerte
a vida se estilhaçando
como vidraça
cacos para todos os lados
atingem com afinco
os mais vulneráveis
atônitos observamos
o pobre pagando com a vida o egoísmo do gado
digo, da economia
presente repetindo o passado
a vida abjeta
a necropolítica
o luto fixo, inerte
a luta, incansável
mesmo diante de um tempo que não passa
se move
vislumbra a distopia vencida
a vida!
a luta não para.